Carta ao Neófito

Por: Frater DjehutMs  (Marcos Schürmann)

 

 

 

Neófito é aquele que possui o grau 0=0, ou seja, não é nada e por isso é tudo em potencial.

Vai depender exclusivamente do buscador a sua evolução no caminho da imortalidade, que é o motivo dessa tão determinada busca. O homem incorre em duplo erro quando dá a deus a sua imagem e quando se promulga imortal, seja na terra, no céu ou no inferno.

Por: Frater DjehutMs  (Marcos Schürmann)

terça-feira, 21 de dezembro de 2004 e.v. 12:03

Sol 0° Capricorn, Luna 6° Taurus Dies Martis

 

Dito por Fr. DjehutMs, Triunfante, Justo de Voz:

 

Neófito é aquele que possui o grau 0=0, ou seja, não é nada e por isso é tudo em potencial.

Vai depender exclusivamente do buscador a sua evolução no caminho da imortalidade, que é o motivo dessa tão determinada busca. O homem incorre em duplo erro quando dá a deus a sua imagem e quando se promulga imortal, seja na terra, no céu ou no inferno.


A iniciação nos ensina que devemos, através de um empreendimento constante da Vontade, buscar a imortalidade nos tornando deuses. A unificação dos corpos nos trará a unidade e a imortalidade. Cada corpo corresponde a um estado de consciência, e a visão consciente desse conjunto que na verdade é uma só coisa, nos despertará para uma insônia repousante e extasiante. Caso contrário é o fim e só restará pó no abismo.


A mente tem papel fundamental nesse processo, pois é através dela que se une o ideal e o real. O lado direito com o lado esquerdo. A misericórdia com a severidade. O caminho do meio dos budistas. A magia sexual. Os chifres do bode. O corpo caloso.


O neófito deve antes de mais nada, submeter-se às orientações dos seus tutores ou orientadores na ordem para descobrir como fortalecer a sua própria vontade. As práticas devem ser levadas a sério, pois são um treinamento para a vontade. Executar o RMP diariamente aumenta o poder mágico do neófito. Podemos dizer que qualquer prática que busque a perfeição com devoção e determinação conduz à iluminação. Práticas que levem o indivíduo a um confronto com sua realidade, que o levem a ser o regente e não a orquestra. Essas são as práticas que o neófito deve transformar, primeiramente em obrigação e que se transformarão posteriormente em necessidade.


O uso do Tarot é um excelente método. As cartas correspondentes ao grau de neófito são os Dez e as Princesas, por corresponderem à Sephirah Malkuth.


Para cada um desses grupos de cartas, temos quatro naipes. A meditação nos Dez, em cada naipe, pode nos levar a profundas descobertas a respeito da situação em que nos encontramos. Situação essa causada por nossos próprios atos. A diferença é que agora devemos descobrir o que nos trouxe até aqui. Se é realmente isso que desejamos para nossas vidas, ou se é hora de assumir o controle da situação. Esse é o momento crítico, descrito também no processo psicanalítico. Quando se começa a entrar em contato com a realidade de que somos autores de nossas vidas, temos vontade de deixar que deus ou o acaso assumam essa função. Ficaremos com a primeira opção já que não existe outro deus a não ser você mesmo (Com o Deus & o Adorador eu nada sou: eles não me vêem. Eles são como sobre a terra; Eu sou Céu, e não há outro Deus além de mim, e meu senhor Hadit[1]).

 

A análise e meditação em cada um dos quatro Dez nos levarão a um encontro com nossa condição material, emocional, mental e espiritual.

Curiosa ou magicamente, o neófito poderá passar por experiências em sua vida cotidiana,  correspondentes a cada um dos elementos. Ou seja, sofrerá desafios materiais, emocionais, mentais e espirituais, aos quais deve estar atento. Os Dez significam estagnação e a condição que o profano se encontra. Cabe ao neófito através de sua vontade e coragem, determinar qual o rumo de sua vida doravante.

O caminho natural nos leva aos Nove. Mas presumo que só se deve dar esse passo quando estiverem se esgotado todas as possibilidades de aprendizado que os Dez nos oferecem.

A vontade dirá a hora correta de avançar.

Um ditado popular nos fala que a vida é um rascunho que não pode ser passado a limpo. Que a nossa escrita seja correta, então! “… A caligrafia do Livro deve ser firme, clara e bela. Na fumaça do incenso é difícil ler os conjuros. E enquanto tenta ler as palavras por entre a fumaça, ele desaparecerá, e terás de escrever aquela terrível palavra: fracasso. Mas não existe nem uma só folha do livro na qual não apareça esta palavra; mas enquanto é seguida por uma nova afirmação, ainda nem tudo está perdido, já que desta maneira no Livro a Palavra Fracasso perde toda a sua importância, da mesma maneira que a palavra Êxito não deve ser empregada jamais, porque esta é a última palavra que deve -se escrever no livro, e é seguida por um ponto. Este ponto não se deve escrever em nenhum outro lugar do Livro; porque o escrever neste Livro segue eternamente; não há forma de encerrar este diário até que haja alcançado a meta. Que cada página deste Livro esteja repleta de música, porque é um Livro de Encantamentos!” – Magic(K) – Aleister Crowley.

Os mecanismos de autosabotagem são vários e diversos para cada um.
Mas a partir da disciplina na pratica, conseguiremos enxergar como agem esses inimigos e então, os conhecendo, golpeemos.  “Portanto, golpeai duro & baixo, e para o inferno com eles, mestre!”
[2].

AUS.


[1]Liber Al Vel Legis Capítulo I Verso 21

[2] Liber Al Vel Legis  (O Livro da Lei) – Aleister Crowley

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