Por Frater G:.O:.Y:.A:.
“Faça de Sua Evolução a Evolução do Seu Mundo.”
O ano é 1982. Após ler uma curta biografia publicada numa revista planeta sobre a Golden Dawn, Anderson Rosa (Frater Goya) ouve pela primeira vez os nomes de Aleister Crowley, Mac Gregor Mathers, Ordem Hermética da Aurora Dourada, entre outros. O autor da reportagem menciona no final do texto que os documentos originais haviam sido perdidos no começo do Século XX. Na sua cabeça, ele alimentava uma vaga esperança de poder encontrar os ditos documentos de alguma forma. Mas por onde começar? (Mais tarde descobriria que na verdade a reportagem não era de boa origem e as informações estavam erradas).
Tentou a revista, não conseguiu nada. Livrarias, ninguém havia ouvido nada a respeito. Pessoas de suposto conhecimento esotérico. Nada ainda. Em outros livros sobre os mais diversos assuntos encontrou informações desencontradas. Crowley “O homem mais perverso da terra”. Aurora Dourada (escola esotérica vitoriana). Alguns nomes de livros que não eram na época (estamos falando em Curitiba na década de 80) disponíveis facilmente no Brasil, foi buscando a informação correta, onde pudesse encontrar a fonte da magia.
Durante quase 10 anos pouca coisa ajuntou ao material original. Em 1990 encontrou num sebo um exemplar da “Magia Sagrada de Abra-Melin, o Mago” de Mac Gregor Mathers. No ano seguinte, uma cópia do Livro da Lei. Começava a progredir. Em 1991, através de um membro da corrente Osho, descobre o Tarot de Crowley. Deixemos agora que o próprio Anderson Rosa descreva seu encontro com o Tarot de Crowley: “Em 1991, tive em minhas mãos pela primeira vez o Tarot de Crowley. Enquanto mexia com mãos trêmulas aquele maço de lâminas, pude perceber que Crowley realmente dera ao Tarot sua vida e sua obra. As lâminas pareciam vivas nas minhas mãos e ao fundo ouvia a voz do guia na escuridão. Desde então, o Tarot de Thoth tem sido um companheiro inseparável em meus estudos e ao qual dedico grande tempo para tentar desvelar as palavras ocultas do velho companheiro que, na minha mente e no meu coração, ainda permanece vivo.
Ainda naquele ano e no seguinte, estive duas vezes num mosteiro franciscano onde pude encontrar quietude suficiente para estudar mais profundamente o Tarot. Numa dessas vezes, algo realmente fantástico aconteceu. Numa determinada noite, estava dormindo e, em sonho, pude ver a carta de número XIV – A Arte, como se estivesse projetada na parede de um grande salão. Ao me aproximar, percebi que a carta se movia. Fascinado, cheguei ainda mais perto e, no local onde normalmente se encontra o nome da carta, havia uma espécie de degrau que usei para entrar nela. Os movimentos eram lentos e graciosos. A figura central da carta ia me apresentando todos os outros símbolos num balé maravilhoso que se fixou em minha alma.” – Tarot – O Templo Vivente, Um Guia Seguro Para o Tarot de Crowley Associado a Qabalah e a Astrologia, pág. 01, Curitiba, 2000.
Agora, mais que nunca precisava encontrar alguém que lhe desse orientação sobre
Aleister Crowley, Thelema e Golden Dawn. Ouvira falar de Marcelo Motta, mas não foi possível contatar o mestre que falecera em 1987. Em Curitiba, poucos conheciam Crowley, e os que conheciam, diziam preferir não conhecer. Isso aguçou ainda mais a curiosidade de Anderson, que partiu de uma vez por todas, na busca da verdadeira Vontade.
Em 1993 já havia tornado o Tarot parte de sua vida, como pudemos ver no texto
acima. Foi então convidado pelo Mestre da Loja Curitiba AMORC, a fazer um curso de Tarot para os membros. Nessa época Anderson ainda era membro ativo nessa organizaçã o e aceitou a tarefa. O curso foi muito bem aproveitado. Nele, foram passados os primeiros conceitos sobre Thelema e Magick em Curitiba, uma vez que os seguidores do Osho que ensinavam o Tarot Divinatório, nada sabiam sobre esses assuntos. Isso começou a gerar certa polêmica dentro da AMORC. Durante o curso inúmeras pessoas que não eram membros da AMORC tornaram-se. Curiosamente, Anderson foi acusado de estar levando membros da AMORC para seu consultório de Astrologia, o que era ridículo pelo que falamos acima, de alunos tornarem-se membros da AMORC e não o contrário. Movidos pela ignorância, alguns membros o pressionaram para acabar com o Curso de Tarot, pois Crowley era um Mago Maldito e nada de bom poderia vir daí. Ao invés de parar o Curso, e já que estava sendo acusado de aliciamento, Anderson resolveu fazer jus a fama. Pegou a turma inteira e levou para o consultório de Astrologia.
Nesse meio tempo, uma amiga, vinda do México, lhe trouxe os quatro volumes da
obra “The Golden Dawn” de Israel Regardie, e ele começou imediatamente a estudar os métodos da Golden Dawn. O Curso de Tarot estava acabando, mas os alunos se recusavam a deixar a sala de aula e pediam mais.
Foi assim que, em 1994, nos meses de Março e Abril, Frater Goya, junto com outros
membros, realizou a primeira iniciação do Círculo Iniciático de Hermes, seguindo os rituais indicados por Regardie. No entanto, para realizar a cerimônia, era necessário uma equipe.
Então, alguns amigos próximos, que também estavam ligados ao ocultismo de alguma forma, se dispuseram a auxiliar para formar a primeira equipe de iniciação ao Círculo Iniciático de Hermes. Nessa época, o grupo ainda não tinha um nome formal e se reunia quando necessário utilizando o nome da Golden Dawn.
Em 1995, ainda participa de uma derradeira atividade na AMORC, a convite de um antigo Mestre de Loja. Era um pequeno grupo de estudos de Qabalah que estava se reunindo tentando encontrar o caminho para a Tradição. Então participou de algumas reuniões num período que não foi superior a três meses. Após a dissolução deste grupo de estudo, alguns de seus membros o procuraram na tentativa de formar um novo grupo que permitisse avançarem em seus estudos.
Esse momento foi crucial na história do Círculo Iniciático de Hermes (que ainda nesse momento se auto-denominava apenas “Uma Loja Independente da Golden Dawn”). Haviam dois caminhos que poderiam ser seguidos: podia-se formar um novo grupo de estudos genérico, com ênfase na Qabalah, ou um grupo que seguisse a estrutura de alguma ordem esotérica tradicional, e que permitisse a transmissão da iniciação entre seus membros, dispensando ainda os conhecimentos de forma ordenada, de acordo com as necessidades do grupo.
Em 1996, Anderson abandona a AMORC, para se dedicar exclusivamente ao trabalho Magicko. Na AMORC torna-se persona non grata, por seu envolvimento com Thelema.
O grupo continuou, novos cursos aconteceram. O trabalho era muito para uma única pessoa, e querer realizar tal tarefa sozinho, só poderia produzir algo que não frutificasse como o esperado. Então, mais uma vez, ele contatou várias pessoas entre amigos ligados ao ocultismo e alunos, e os trabalhos de tradução e criação de material para o grupocomeçaram. Alguns recusaram, acreditando que seria um absurdo tentar “fundar” uma ordem esotérica a partir do nada. Outros, sentiram-se um tanto inseguros demais para abandonar suas “carreiras” em outras ordens. Mas no final, algumas pessoas aceitaram o desafio e resolveram assumir por seu próprio risco e conta, a árdua tarefa de erigir uma organização a partir de praticamente nada.
No início, apenas a confiança no conhecimento pessoal de cada um foi o que manteve acesa a chama do conhecimento oculto nos corações de cada estudante. Muitas foram as noites de tradução e de pesquisa, onde os Fratres Searthn e Frater Parsiphal se revezavam diante do computador, resultando no final de um ano, em quase 500 páginas de material para estudo. Aos poucos, o grupo foi amadurecendo e aumentando.
Era necessário um nome. Nessa altura do campeonato, através de diversos meios, souberam que haviam ramos ativos da Golden Dawn em diversas partes do mundo. Usar esse nome poderia gerar problemas futuros com direitos autorais. Alguns membros em especial Frater Gladius Ferius, lembraram que usar esse nome entre outras coisas poderia atrair à organização que estavam montando um futuro semelhante à antiga ordem. Foram estudados vários nomes, com sugestões vindas de diversas pessoas, até se optar pelo nome definitivo: Círculo Iniciático de Hermes.
Quando o grupo adquiriu uma certa estabilidade, fundou-se formalmente o Círculo Iniciático de Hermes em 05 de Março de 1997, com seu estatuto e Ata de Fundação próprios. Aqueles que tinham um conhecimento anterior de ocultismo, foram eleitos pelo grupo para fazerem parte do Supremo Conselho. O Conselho logo começava suas atividades de mesclar Thelema e Magick com Golden Dawn. Em 24 de julho de 1997, aconteceu a primeira iniciação utilizando o nome oficial do grupo. Participaram dela membros da iniciação de 1994.
O C:.I:.H:. engloba novas camadas, indo de Ordem Externa e Círculo de Palestras (passando pela Escola Menphis) a Ordem Interna. Apenas o material de Regardie e o Livro da Lei (entre outros poucos), se mostraram deficientes para o desenvolvimento do grupo. Nesse momento, com página na Internet, o Círculo Iniciático de Hermes começou a se tornar conhecido. Com o auxílio da grande rede, podemos até chama-la de arquivo Akásico, mais material foi chegando. Contatos com outros grupos de Thelema finalmente foram feitos. No final de 1999, a Hermetic Order of the Golden Dawn reconhece as atividades do C:.I:.H:. (não sem bastante luta para aceitar o contato do C:.I:.H:. com Thelema e Magick) como sendo o braço da G:.D:. no Brasil.
O gosto por Thelema aumenta no grupo. São realizados contatos com pessoas ligadas ao Kalifado e a ordens não vinculadas ao Kalifado. Ainda sem tomar uma posição, o C:.I:.H:. começa a ter vida própria, isolado (ainda nesse momento) do movimento Thelemico existente no eixo Rio-São Paulo.
Em 2000, o Supremo Conselho do C:.I:.H:., onde hoje Anderson Rosa ocupa a posição de Imperator, resolve mesclar definitivamente Thelema com Golden Dawn. Os ritos de uma com a Magicka da outra. Os Graus de estudo são reestruturados para comportar ambas sem conflito. No final do ano, o C:.I:.H:. vincula-se a UR-OTO e estreita as relações no eixo Rio-São Paulo.
Hoje o Círculo Iniciático de Hermes possui sua própria linhagem, vinda desde 1994, que garante a seus membros a fidelidade da ordem para com eles, e vice-versa.
Nos arquivos da Ordem constam todos os membros já iniciados e sua descendência.
Outras informações sobre o C:.I:.H:.
Livros Editados pelo CIH
Curso de Runas ………………………………….. 1991 ……………… Ed. pelo Autor
Gramática Hierog. do Egípcio Clássico …….. 1991 ……………… Ed. pelo Autor
Tarot, O Templo Vivente ……………………….. 1995 ……………… Ed. pelo Autor
Curso Breve de Qabalah ……………………….. 1997 ……………. C:.I:.H:.
Novos Estudos sobre a Reencarnação ……… 2001 ……………. Ainda inédito
Livro do Neófito……………………………………. 1997 ……………. C:.I:.H:.
Mitologia Básica ………………………………… 2001 …………….. C:.I:.H:.
Introdução à Astrologia ………………………… 2001 …………….. C:.I:.H:.
Introdução à Alquimia ………………………….. 2001 …………….. C:.I:.H:.
Conselho do CIH em 1997
Anderson Rosa ……………………………. Imperator ………….. Fr. Goya
Rubens Marcondes Weber ……. Praemonstrator ……………. Fr. Alkadir
Fernando Luiz Borges ……………….. Cancellarius ………….. Fr.Gladius Ferius
Clélia Regina Pereira ………………….. Conselheira …………. Sr. Liberta
Atualmente Estão no Conselho do CIH (2003)
Anderson Rosa ………………………….. .Imperator ……………….. Fr. Goya
Sérgio Fernando F. de Lima ………….. .Praemonstrator…………. Fr. Searthn
G. S………… ……………………………… Cancellarius ……………. Fr. Jibril
Ana Claudia Bastian Machado ……….. Conselheira ……………. Sr. Coatlicue
Atualmente Estão no Conselho do CIH (2009)
Anderson Rosa ………………………….. Imperator …………………. Fr. Goya
Marcel Luis Pabst……………………….. Praemonstrator…………… Fr. Amduscias
G.S…………….. …………………………. Cancellarius ………………. Fr. Jibril
C. F. L. ……………………………………. Conselheiro ……………….. Fr. Siegfried
Atualmente Estão no Conselho do CIH (2014)
Anderson Rosa ………………………….. Imperator …………………. Fr. Goya
Marcel Luis Pabst……………………….. Praemonstrator…………… Fr. Amduscias
C. F. L……………………………………… Cancellarius ………………. Fr. Kurush
Atualmente Estão no Conselho do CIH (2017)
Anderson Rosa ………………………….. Imperator …………………. Fr. Goya
Rhicardo Noivo…………………………… Cancellarius ……………… Fr. Ergon
Atualmente Estão no Conselho do CIH (2017)
Anderson Rosa ………………………….. Imperator …………………. Fr. Goya
Antonio Dissenha………………………… Praemonstrator ……………… Fr. Melquisedeque