Por: Nick Farrel
Tradução por Frater Goya
O que se segue é um antigo método de visualização teúrgica desenvolvido pelo filósofo neoplatônico Plotino. Eu o modernizei e adicionei algumas coisas para torná-lo mais prático. É importante porque liga as nossas técnicas às da antiguidade.
Coloque uma estátua ou imagem do deus no altar com uma luz azul diante dela. Execute um pentagrama de invocação. Purifique e consagre como 0 = 0. Acenda a vela e invoque o deus usando o método normal.
Visualize-se em uma bola de cristal com o céu noturno refletido nela.
Então visualize-se dentro desse universo. Você deveria ver planetas, estrelas e saber que este é o seu universo. Você é uma alma no centro do universo brilhante.
Vibre a palavra IAO que chama a luz para o seu universo. Ao vibrar, permita que o universo desapareça e se dissolva na luz. A massa do universo se dissolve.
Agora convide o deus para o seu universo, não como algo pequeno, mas como algo que preenche toda a esfera. Cante seu nome ou nome bárbaro de poder até que ele possa ser visto e sentido em sua esfera.
Então você pode se comunicar. Quando terminar, abra os olhos, concentrando-se na estátua ou imagem e tenha consciência de que o deus está com você em sua esfera de sensações.
Fechar com a Cruz cabalística.
Para quem quer saber a origem da ideia, segue abaixo a fonte:
‘9. Então, apreendamos este mundo por meio da razão discursiva, com cada uma de suas partes permanecendo o que é sem confusão, reunidas num todo “unificado”, tanto quanto possível, de modo que quando qualquer uma das partes aparecer, por exemplo a esfera que está fora do mundo, acompanha-a imediatamente também uma representação do sol, juntamente com as outras estrelas; e a terra, o mar e todas as criaturas vivas são vistas, assim como tudo poderia de fato ser visto numa esfera transparente. Deixe que haja em sua alma uma representação luminosa de uma esfera, contendo a totalidade nela, seja em movimento ou parado, na verdade, definitivamente, aquilo que está em movimento e aquilo que está parado. E enquanto você mantém essa representação, leve outra ao seu lado [para dentro de si], mas com a massa removida. E remova em você os lugares e a imagem da matéria; e não fique tentado a pegar outra esfera que seja menor que ela em massa, mas invoque o deus que fez a esfera cuja imagem você tem e ore para que ele venha. Que ele venha trazendo seu próprio mundo com todos os deuses que nele estão, aquele que é um e todos; e cada um deles está se unindo num só; são poderes diferentes, mas todos são um por esse único poder múltiplo. Pelo contrário, o um é tudo; pois ele próprio não é deficiente pelo fato de todos esses deuses passarem a existir. Eles estão todos juntos e cada um também é separado em uma fixidez não-espacial, uma vez que nenhum tem qualquer forma perceptível – se tivesse, um estaria aqui e outro ali , e cada um não seria o todo em si; nem nenhuma tem partes diferentes de outras partes ou de si mesma [como um todo]; nem cada um é como um poder que foi dividido e é coextensivo com as partes enumeradas, mas cada um é o poder inteiro, estendendo-se ao infinito e poderoso ao infinito. E esse deus é tão grande que até suas partes são infinitas, E esse deus é tão grande que até as suas partes são infinitas, pois como se pode nomear algo que ele ainda não tenha alcançado? …’
~ Plotino, 𝘌𝘯𝘯𝘦𝘢𝘥 V.8.9.1-28 [‘𝘖𝘯 𝘐𝘯𝘵𝘦𝘭𝘭𝘪𝘨𝘪𝘣𝘭𝘦 𝘉𝘦𝘢𝘶𝘵𝘺’], trad. A. Smith (Parmênides Publishing, 2017), p.59-60.
(Obrigado Stephen Rego por encontrá-lo, escrevi isso há alguns anos e não conseguia me lembrar de onde havia tirado).