O Simbolismo do Lamen da Rosa Cruz

O Simbolismo Iniciático do Lamen1 da Rosa Cruz

Por Frater Goya


O Lamen da Rosa Cruz é talvez, dentro do simbolismo da Magia Hermética um dos casos de maior sucesso e longevidade de um símbolo. Em praticamente todo o mundo moderno, todo e qualquer praticante da Magia Hermética, Rosacrucianismo, Maçonaria, Gnose (ou pseudognose), Teosofia, etc., já se deparou pelo menos uma vez com essa imagem:



E a mera visão desta imagem já nos evoca algo de “importante, secreto e mágico”. A partir daí começam as especulações acerca de seu significado, das quais, uma gostaria de chamar atenção para uma que resume com sucesso o conhecimento de lugar-comum:

“Rosa Cruz Hermética ou Alquímica, um símbolo místico muito antigo. Consiste em duas Rosa-Cruzes combinadas em uma: a pequena Rosa-Cruz, no centro (representando o homem, o microcosmo), é por sua vez o centro de uma rosa maior, situada no centro da cruz maior (que representa o macrocosmo). Nas quatro extremidades da cruz maior estão inscritos os três símbolos alquímicos: mercúrio, enxofre e sal. No topo desta cruz, mercúrio está situado no centro, enxofre à esquerda e sal à direita. Nas outras extremidades da cruz, estes símbolos foram inscritos numa ordem que guarda consonância com a tradição esotérica. (…)

No braço inferior da cruz maior, abaixo da grande rosa, vê-se o hexagrama (símbolo do macrocosmo), composto de dois triângulos entrelaçados. Em seus vértices estão inscritos os seis planetas, segundo a antiga tradição astrológica; embaixo a Lua, à sua direita, Vênus, seguindo-se Júpiter, Saturno, Marte e Mercúrio. No centro do hexagrama, o Sol. A ordem de disposição destes símbolos obedece a certos rituais cabalísticos.

(…)As letras dos raios menores representam nomes invocativos de origens latina, egípcia e grega.

(…) O símbolo completo, ou a Rosa-Cruz “Enciclopédica”, representa toda a majestade, o poder, a beleza e a proteção da Ordem Rosacruz2.”

A princípio, o simbolismo num contexto geral foi captado, porém, devemos chamar a atenção para alguns elementos: No texto destacamos alguns trechos cuja construção da frase denota uma incerteza, seja ela proposital ou não, que longe de explicar o símbolo, colocam-no numa posição enlameada, cobrindo o símbolo com incertezas no lugar de traduzi-lo, por exemplo:

“(…)muito antigo” – qual a origem provável deste símbolo?

“(…)consonância com a tradição esotérica” – qual tradição?

“(…)certos rituais cabalísticos” – quais rituais?


A ideia com a presente citação é justamente a de salientar o desconhecimento geral acerca das propriedades deste símbolo, que pode ser verificado das mais diversas formas possíveis, tais como: livros, revistas, buscadores de internet, etc.

Ao pensar sobre o tema do Lamen da Rosa Cruz, imediatamente começamos a buscar fontes que pudessem elucidar mais a respeito de tão importante símbolo/artefato. Mas quanto mais o tema era mais pesquisado, mais evidente fica o quão escasso somos de informações escritas para o estudo do Lamen.

De todos os materiais pesquisados, chegamos a uma bibliografia básica que fornece as informações tradicionais disponíveis:

1) The Golden Dawn Cypher Manuscript3 – Ellic Howe – que fornece um fac-símile do desenho manuscrito do Lamen da Rosa Cruz, do século XIX, e que portanto, coloca o Lamen da Rosa Cruz, no início da Golden Dawn em 18864, ou num período não anterior a 18425. E como tal, podemos perceber que o mesmo não é “muito antigo”, embora, como será visto adiante, o verso do Lamen remonte a influências do séc. XVIII. É importante alertar aqui, que nosso objetivo não é questionar a origem dos Manuscritos Cifrados ou sua autenticidade, mas sim explorar os possíveis significados iniciáticos do Lamen.

2) The Equinox, Vol. Nº3, The Temple of Solomon the King (The Adept) – Aleister Crowley – que oferece uma imagem do Lamen da Rosa Cruz com os triângulos elementares alquímicos ao invés das imagens dos Querubim. Essa imagem corresponde à imagem apresentada no fac-símile dos Manuscritos Cifrados.

3) The Golden Dawn – A Complete Course in Practical Ceremonial Magic Four Volumes in One – Israel Regardie – De todos os materiais disponíveis, talvez seja o mais popular e aquele que serve de base para as variações posteriores sobre o tema.

4) The Secret Temple – Robert Wang – que oferece um guia prático à confecção e consagração das armas mágicas utilizadas pela Golden Dawn.

5) The Complete Golden Dawn System of Magic – que traz algumas poucas informações adicionais sobre o Lamen.

É possível que neste exato momento em que escrevemos esse texto já estejam disponíveis aos leitores outras fontes de material, mas tentei enumerar aqui sequencialmente as mais populares e de mais fácil acesso aos estudantes em geral.

Inicialmente para nossa proposta, vamos tentar descrever o símbolo de uma forma que seja possível perceber que ele representa muito mais que um objeto ritualístico, mas ele talvez seja o coração ainda pulsante da Ordem que o originou. O conhecimento de sua estrutura e das coisas que representa nos levará a uma viagem entre as diversas tradições que compõe os conhecimentos preservados e praticados na Golden Dawn sob a égide do Rosacrucianismo conforme entendido pela Ordem. Talvez seja possível ainda vislumbrar o objetivo que a ordem tinha com este Lamen: preservar seus rituais e práticas essenciais em um símbolo capaz de sintetizar tudo aquilo que a Ordem entendia como essencial de ser preservado e a própria identidade do grupo.

São suposições pessoais, baseadas na minha prática mágica pessoal enquanto magista praticante e estudante de simbolismo. Se o tempo provar que essas suposições são verdadeiras ou não, a minha expectativa como autor, é levar o leitor a um pensamento mais profundo e suscitar uma pesquisa mais aprofundada deste símbolo6.

Para realizar isso, recorreremos a uma técnica utilizada na Qabalah, que é uma fórmula de quatro níveis usada na leitura de textos Talmúdicos. Essa técnica se chama:


A Fórmula do Pardes

O termo Pardes sdrp em hebraico, é um Notariqon }wqyrfwn7, cuja tradução é “pomar ou jardim”, e faz parte de um método exegético de pesquisa dos textos da Torah judaica. Os quatro níveis de entendimento são:


PSHAT fcp Literal (simples, o significado literal)

REMEZ zmr Simbólico (uma pista, significado alegórico)

DRASH crd Ampliado (suscitar a pesquisa, a moral, o insight)

SOD rw s Secreto (Oculto, a interpretação mística)


Dessa forma, utilizando-nos desse método para compreender um símbolo complexo como o Lamen da Rosa Cruz ou uma carta de Tarot, somos obrigados a buscar o significado em quatro níveis de experiência pessoal.

No nível de Pshat, vamos buscar uma leitura literal da imagem do Lamen e aquilo que o compõe: os pentagramas, letras hebraicas, querubim, os elementos alquímicos, etc. – Mas ao mesmo tempo, é possível perceber que esses símbolos tentam nos ensinar algo a mais: a troca de posição entre os elementos alquímicos, os querubim ao redor do pentagrama… tudo isso demonstra que não é algo apenas aleatório ou estético, percebemos então que existe algo de mais profundo ou alegórico ali.

À medida que acessamos o nível Remez, percebemos que há um sentido metafórico no Pentagrama por exemplo, e que além dos símbolos a seu redor, sua colocação nos braços da cruz, somado aos elementos que regem cada braço, traz ao Lamen um “movimento”, pois há relações mais profundas que se somam e isso nos dá uma pista de qual caminho devemos seguir.

No nível Drash, teremos um aprofundamento, ou um insight acerca do estudo. Veremos que por exemplo, não estamos falando do Pentagrama apenas, mas do Ritual Maior do Pentagrama e sua regência sobre os elementos, e indo mais fundo, veremos que isso se reflete também nos braços da Cruz, e eles espelham a distribuição elementar do Templo Físico, suas direções, e os Graus Elementares da Ordem, ou seja, em Drash teremos um incentivo à pesquisa, de buscar saber mais sobre essas relações entre os elementos ali apresentados.

E em Sod teremos a revelação mística do significado que estava oculto, daquilo que estava adormecido dentro do símbolo e que desejava ser despertado. Nesse momento, surge a inspiração, revela-se a mensagem que precisa ser revelada e trazida à Luz. E esse resultado sempre estará lá, pronto para ser alcançado, desde que se esteja disposto a seguir por esse caminho. E é nesse estágio de conhecimento que poderemos vislumbrar com mais detalhe a dimensão plena que se apresenta diante de um Adeptus Minor. Nesse sentido, o Ritual do Adepto 5=6, traz uma revelação intensa, profunda, dos mistérios que estavam ocultos sob o Monte Abiegnus, onde se encontra a Tumba de nosso Irmão Christian Rosenkreutz, e o Lamen da Rosa Cruz é a chave capaz de abrir esses segredos.

Folio 48, Manuscrito Cifrado da Golden Dawn.



Breve Descrição do Lamen da Rosa Cruz

Uma vez que as obras citadas no início estão em circulação e oferecem uma visão mais tradicional do símbolo, vamos fazer uma breve descrição aos leitores, sugerindo que os mesmos procurem as obras referenciadas ou outras mais modernas que estejam disponíveis. Hoje temos diversos autores que escrevem sobre o tema Golden Dawn e que podem oferecer um material além do citado. Creio que mesmo na revista à qual esse ensaio se destina, uma rápida olhada na lista de colaboradores poderá oferecer uma ideia de onde se apoiar para aprofundar seus estudos.

Abaixo, é possível ver a versão publicada por Crowley em The Equinox, com os símbolos dos elementos representados pelos triângulos elementares, da mesma forma que pode ser visto no Manuscrito Cifrado, posteriormente, os triângulos foram substituídos pelas imagens dos Querubim dos 4 elementos, pois pareciam funcionar de forma mais efetiva, e esta se tornou a forma mais conhecida do símbolo, com os Querubim ao invés dos triângulos.


A versão original, com os triângulos elementares

A versão atualizada com os Querubim

Frente

Verso

A Rosacruz, conforme Aleister Crowley, The Equinox, Vol. Nº3.8 Esta é a versão antiga da Rosacruz, conforme descrita no Golden Dawn Cypher Manuscripts, usando os símbolos triangulares (alquímicos/astrológicos) dos elementos ao invés dos Elementos Kerúbicos.9

O desenho do Lamen da Rosa Cruz é formado por uma Cruz Sefirótica formada por 10 quadrados, sendo os lóbulos exteriores compostos por 3 círculos em cada braço, totalizando 1210 lóbulos circulares, onde Tiphareth, a sefira número seis ocupa o lugar central da cruz, inclusive, servindo de base para o cubo que se tornará a cruz do calvário no centro do Lamen:

Cruz Sefirótica, ou Cruz de Dez Quadrados


Altar de Duplo Cubo

A Cruz Sefirótica possui dez quadrados, que ao ser dobrada sobre si mesmo, formará um altar de Duplo Cubo, conforme a imagem abaixo:


Além do simbolismo tradicional do duplo cubo, oriundo do simbolismo maçônico, este na Golden Dawn possui o simbolismo de um cubo simples, de seis lados, que se relaciona ao quadrado, ou seja, o conjunto dos quatro elementos. Símbolo por excelência da estabilidade, muitas vezes colocado como base dos tronos, como veremos a seguir.


É também símbolo da sabedoria, retidão moral, da verdade e da perfeição.


Sendo duplicado no templo sob a forma do Altar de Duplo Cubo, ele torna-se mais que perfeito, reproduz o Templo e o Centro do Templo. Sua altura é a altura do umbigo do Adepto Chefe11, pois sua medida reproduz a medida áurea, e dele derivam-se todas as medidas do Templo: extensão, largura, altura.


Aqui convém explicar um pouco mais, pois o altar localiza-se no centro do Templo, de acordo com a medida áurea, ou seja: o meio do templo não se encontra no meio geométrico, mas a 1,618 (phi) do cumprimento total do templo. Sendo o Templo uma referência ao universo conforme vimos no parágrafo anterior, o Adepto Chefe por sua vez possui um paralelo com o Criador.


Dessa forma, analisando à luz da geometria sagrada, temos o umbigo como centro do corpo humano12. Este local, este centro sagrado, também possui um paralelo com o simbolismo do onfalo (em grego: Ὀμφαλός, significando ‘umbigo’), sendo desde os mais remotos tempos, associado com o centro a partir do qual toda Criação ocorre e ainda a junção ou centro que une a terra ao céu, a espiral de ascendência divina, a montanha sagrada, o Axis Mundi.


O Altar, segundo Chevalier e Gheerbrant “…é mais elevado (altum) em relação a tudo o que o rodeia. Reúne igualmente em si a simbólica do centro do mundo: é o centro ativo da espiral que sugere a espiritualização progressiva do universo. O altar simboliza o recinto e o instante em que um ser se torna sagrado, onde se realiza uma operação sagrada.”13


É possível portanto, embora não exista uma instrução formal a esse respeito nos materiais escritos da Ordem, justificar essa hipótese razoável sobre a obtenção da medida do Altar de Duplo Cubo relacionando-o ao próprio Adepto Chefe. Talvez alguns enxerguem nisso uma heresia semelhante ao texto do Shi’ur Qomah (Hebreu: שיעור קומה, lit. Dimensões do Corpo) que pretende dar as dimensões exatas do Criador, mas essa hipótese talvez exija mais atenção em algum momento no futuro por pesquisadores mais qualificados que o autor.

Dessa forma, o Lamen da Rosa Cruz representa as medidas da Geometria Sagrada do Templo e suas proporções relativas ao corpo humano, símbolo da perfeição Pitagórica.

No simbolismo do Grau 5=6 de Adeptus Minor, torna-se o Monte Abiegnos, local da Tumba Mística de Christian Rozenkreutz, mítico fundador do Rosacrucianismo.

Na iconografia do Antigo Egito, é possível ver diversas representações do Cubo como símbolo do mundo material.

Na imagem ao lado, vemos a imagem de Osíris, o Senhor da Imortalidade, sentado sobre o trono em forma de cubo, como se dissesse que possui poder absoluto sobre o mundo material. Em algumas imagens é possível ver uma representação de água sob o trono, representando as Águas do Nilo Celeste, ou em verde como representante da vegetação – lembrando que Osíris é o Senhor da Vegetação.
Além disso, vemos um cubo menor, como se indicasse ainda a Regra de Ouro.

O Altar de Duplo Cubo representa também a Shekinah hnykc14, que é a presença de D´us no Templo. Quando as velas estão acesas sobre a Sekhinah, não mais uma peça de mobiliário, mas a própria presença Divina se manifestando naquele local Sagrado. Segundo o Zohar, a Shekhinah representa o aspecto feminino de D´us. Diz o texto: “Acima de todos os anjos está colocada a Senhora ou Shekhinah, que cuida do Palácio do Rei Supremo” e ainda “E no coração do Templo está o Santo dos Santos, onde repousa a Shekhinah. E esta é o coração do mundo”15. Observado sob esta ótica, o Templo conforme montado pela Golden Dawn para a execução do Ritual do Adepto Minor 5=6, encontra-se no centro da Árvore das Vidas, em Tiphareth. Pode-se visualizar aí como que um desejo ou uma forma de trazer a Presença Divina ao Templo durante a execução do Ritual, e da energia gerada durante o ritual de passagem de grau, imbuir também o Lamen com uma parcela desta energia, para que este sempre conecte à Luz Divina ao Adeptus Minor em todas as suas operações, uma vez que o Lamen é parte da sua vestimenta ritualística dali por diante, em todas as operações mágicas que deverá executar na RR et AC.

	Internamente a essa cruz de dez quadrados, encontra-se outra, menor, com seis quadrados, que dobrada sobre si mesma, formará um cubo simples.

A Cruz do Calvário

Esta tem no seu centro uma cruz do calvário com cinco pétalas de rosa estilizada feito em cinco seções iguais com uma pétala no topo. Existem quatro pontos transversais que apontam para fora das interseções da cruz e a figura está contida principalmente em um círculo aberto de fundo branco que na verdade circunscreveria uma cruz grega. Sendo esta uma cruz do calvário, cujos braços se estendem até o próximo anel da figura, onde são exibidas as letras hebraicas. O próximo anel a partir do centro é composto de três pétalas, cada uma segurando uma das letras mãe do alfabeto hebraico. No sentido horário a partir do topo: a Aleph, m Mem, cShin. Este anel é parcialmente sobreposto pelo braço inferior da cruz interna do calvário na junção das duas pétalas inferiores. O próximo anel para fora do centro é composto de sete pétalas, cada uma segurando uma das sete letras duplas do alfabeto hebraico. No sentido horário a partir de 1h: k Kaph, tTaw, g Gimel, dDalet, bBet, rResh, pPeh. O último anel para fora do centro é composto de doze pétalas, cada uma segurando uma das doze letras do alfabeto hebraico. No sentido horário a partir do topo: hHeh, q Qof, xTzaddi, uAyin, sSamekh, nNun, lLamed, yYod, Tet, jChet, zZain, w Vau.


Cubo de 6 quadrados

Este cubo de seis quadrados representa o símbolo da perfeição humana (o 7 representa a perfeição divina), relacionando-se com Thiphareth, mais uma vez associado ao despertar do Adepto Aspirante na ritualística da Golden Dawn, tornando-se semelhante a Christian Rosenkreutz, e desabrochando para uma existência espiritual, além da materialidade deste mundo, fato representado no Lamen da Rosa Cruz pela rosa de cinco pétalas (representando o domínio do espírito sobre os 4 elementos), e a rosa carregando em si o simbolismo do espírito perfeito desabrochado.


O Sal, o Mercúrio e o Enxofre


Os três lóbulos em cada braço contêm os seguintes símbolos alquímicos exibidos radialmente orientados com a parte inferior de cada símbolo apontando para o centro do dispositivo apenas para dentro do braço:

Lóbulos superiores, da esquerda para a direita (Ar): Enxofre, =Mercúrio, Sal16.

Lóbulos inferiores, da esquerda para a direita (Terra): Sal, =Mercúrio, Enxofre.

Lóbulos direitos, de cima para baixo (Água): Enxofre, Sal, =Mercúrio.

Lóbulos esquerdos, de cima para baixo (Fogo): =Mercúrio, Enxofre, Sal.


Cada braço com sua sequência particular dos 3 elementos alquímicos, reproduz uma operação distinta em seu simbolismo.

Há uma dança de elementos em cada braço da Cruz, e essa dança reflete particularidades dos elementos alquímicos somados aos 4 elementos. As cores associadas a cada braço da Cruz, estabelece uma conexão com algumas sefiroth da Árvore das Vidas: o amarelo de Tiphareth no ar, o escarlate de Geburah, o azul de Chesed e as quatro cores de Malkut.

No Braço Superior, vemos o destaque do mercúrio ao centro, com o enxofre à esquerda e o sal à diireita. O enxofre à esquerda se aproxima do braço do Fogo, enquanto o sal à direita se aproxima do braço da Água.

No Braço Inferior, que é atribuído à Terra, podemos observar a divisão quaternária elementar de Malkut, sendo esta, o somatório dos demais elementos (ar, fogo e água) e portanto, carrega em si, além da sua própria natureza, a natureza desses elementos. Quando formos falar do Grau I da Ordem, que compreende de 0=0 a 4=717, isso deverá ficar mais claro. Como no caso anterior, Mercúrio está ao centro, buscando um equilíbrio como o Pilar do Meio, e o Sal aponta para a parte salina do elemento Fogo, e o Enxofre para a parte Mercurial do Elemento Água.

No Braço esquerdo, que é atribuído ao Fogo, temos a predominância do Enxofre ao centro, e o Sal à esquerda apontando a parte salina da Terra (o Pabulum18), e o Mercúrio à direita, busca as qualidades do fogo sulfuroso no Braço do Ar.

O Braço direito, que é atribuído à Água, tem o Sal como elemento central, representando o Oceano Primordial, o Enxofre buscando a qualidade Salina do Ar, e o Mercúrio a parte Sulfurosa da Terra, salientando os aspectos de fluxo e refluxo.

Essa disposição mutável destes 3 Princípios dá a chave de sua operação Alquímica nos Elementos, e também irão atuar sob o Aspirante à medida em que este galgar os Graus da Ordem. Nesse sentido, o Corpo, a Alma e o Espírito irão ser impactados por essa mudança a fim de revelar a Pedra do Filósofo.


Os Pentagramas Elementares

Em seguida, para dentro dos lóbulos e fornecendo um centro para orientação dos símbolos dos lóbulos, cada braço contém o mesmo dispositivo, um pentagrama vertical entrelaçado indicando o traçado no sentido horário, a partir do elemento a ser trabalhado para invocá-lo, e no sentido oposto para bani-lo. Os cinco símbolos elementais são exibidos conforme a alocação usual da G∴ D∴ para o Ritual Maior19 do Pentagrama, no sentido horário a partir do topo: Espírito, Água, Fogo, Terra, Ar. Todos esses quatro dispositivos são orientados da mesma maneira, sem levar em conta a colocação na cruz. O dispositivo no braço inferior distingue-se ainda por ser colocado na metade inferior desse braço, dividido do superior por uma linha horizontal, nas interseções das diagonais desenhadas do quadrado resultante. Também no antebraço, na metade logo acima, há um hexagrama composto de dois triângulos equiláteros entrelaçados no sentido horário, apontando para cima e para baixo, do qual falaremos mais adiante.

Além dos pentagramas serem repetidos em cada braço, é importante recordar que cada um deles representa um pentagrama elementar, conforme é ensinado no Ritual Maior do Pentagrama, e aqui salientamos aquilo que defendemos desde o início, que o Lamen é na verdade, o grande símbolo da Ordem, que guarda segredos de seus rituais em cada parte de si. Os Pentagramas Elementares são utilizados para se invocar, ou fazer atuar neste plano a energia dos elementos básicos da natureza, assim como para bani-los20.


O Pentagrama Elementar



Os Raios sob o Lamen da Rosa Cruz

O Lamen possui 12 raios que formam uma rosácea sob a Rosa Cruz.

Para facilitar a leitura, inserimos uma imagem que ilustra de forma numerada a sequência de leitura das palavras que se apresentam ali representadas.

1, 2, 3, 4 = I.N.R.I.

5, 6, 7, 8 = L.V.X.+

9, 10, 11, 12 = I.A.O.I. (Isis, Apophis, Osiris-IAO, conforme a Análise da Palavra Chave LVX)

LVX é uma referência ao Fiat Lux ou as primeiras palavras ditas por D´us: “Faça-se a Luz” (“Let there be Light”), que faz uma referência ao Ritual de Neófito da Golden Dawn, quando é dito ao iniciando: “Nós te recebemos na Ordem Hermética da Golden Dawn”, e em seguida é dita uma frase 3 vezes, uma vez em inglês, uma vez em egípcio e uma vez em grego:

Luz em Extensão;

Khabs am Pekht em egípcio21;

Konx om Pax κογξ ομοίως παξ em grego.

Nesses raios é possível recuperar toda o ritual da Análise da Palavra Chave da Golden Dawn, isto é, LVX, pois ali temos as 3 palavras que são utilizadas durante o ritual: INRI, IAO, LVX. Devemos atentar que este ritual possui uma série de posturas, como o Sinal do luto de Ísis, o sinal de Apóphis, o Destruidor, e o Sinal de Osíris Morto e Ressuscitado, e também traz os nomes dos elementos em Enochiano que funcionam como equilibradores dos elementos (uma adição tardia à fórmula22), e o toque final, que liga este ritual ao Lamen, que é a derradeira frase: “Que descenda a Luz Divina”.


y Virgo, Isis, Mãe Poderosa

i Scorpio, Apophis, o Destruidor

a Sol, Osiris, Morto e Ressuscitado


y Virgo, Isis, Mighty Mother

iScorpio, Apophis Destroyer

a Sun Osiris Slain and Risen


Este ritual conectará o Adepto à Egrégora da Ordem, e também trará essa mesma Luz Divina ao Lamen que portará consigo a cada ritual que realizar.


Os Planetas ao redor do Hexagrama

O Hexagrama, na parte branca da Rosa Cruz, é ladeado pelos símbolos dos seis planetas clássicos e o sol permanecendo ao centro. A sua distribuição no desenho do hexagrama corresponde às posições relativas ao esquema da Árvore das Vidas, ou seja:

Saturno em Daat ou Binah, tudo depende de qual modelo de Árvore está sendo adotado23, sendo Saturno o limite (o abismo). Depois temos Júpiter em Chesed (4), Marte em Geburah (5), Sol em Tiphareth (6), Vênus em Netzach (7), Mercúrio em Hod (8), e Lua em Yesod (9).


O Hexagrama Planetário

Esse arranjo é o mesmo que orienta a invocação/banimento das energias planetárias no Ritual Maior do Hexagrama, e além disso, define também a sequência dos planetas atribuídos aos decanatos astrológicos utilizados também nas cartas do Tarot, conforme apresentados por S.R.M.D. (Mathers) no texto chamado The Three of Life as projected in a Solid Sphere. De acordo com esse texto Mathers explica:

“Outra diferença muito importante é que, em todo o verdadeiro Tarô, o ensinamento atribui o ponto inicial do Zodíaco à brilhante Estrela “Regulus”, que está em Leão.

E mede a Ascensão Reta e a Longitude a partir desse ponto, e não a partir de um ponto suposto dividido pelo Equinócio e chamado de 0° de Áries (embora na realidade agora muito distante da constelação desse nome), que foi adotado pelos modernos ou astronomia e astrologia ocidentais.

Por este modo de cálculo agora usual, e a Precessão dos Equinócios, gradualmente aconteceu que os signos (ou divisões, cada um de 30°, do Zodíaco) não mais coincidem com as constelações do mesmo nome, e cada década mostra-os retrocedendo lenta, mas seguramente.

Mas o método de cálculo do Tarô a partir da estrela chamada Regulus tem, como se verá, o efeito de fazer coincidir os Signos e as Constelações.

“Regulus” também é chamado de Cor Leonis – “O Coração do Leão”.

Regulus” significa “Estrela do Príncipe”. “Regulus” coincide com a posição do “Coração” na figura de Leão nos Mapas Estelares.

O Zelator Adeptus Minor saberá que a grande “Estrela Rei” ou “Coração do Leão”, que está em Leão no caminho da Eclíptica e um dos “Quatro Pontos Tiphareth” (veja mais adiante) dos Céus Celestiais, é o início e Governante de todos os nossos cálculos de Longitude (ou Eclíptica). O próprio Caminho do Sol é o começo de nosso cálculo da Latitude na busca de nossa Sabedoria Oculta.”24


Os Decanatos Astrológicos e o Tarot25


Nesse ponto, ele define como início do Zodíaco, o primeiro decanato de Leão, e o atribui a Saturno (o primeiro planeta no topo da Árvore), e depois segue a sequência dada acima: Saturno, Júpiter, Marte, Sol, Vênus, Mercúrio, Lua; e segue essa sequência até completar todo o zodíaco, repetindo o planeta Marte no último decanato de Peixes (o fim do Inverno) e no primeiro decanato de Áries (o início da Primavera), pois segundo a explicação, é necessário a presença do Fogo de Marte para que se possa vencer o frio do Inverno.


Devemos notar que não há referência anterior desses atributos, e quando no Tarot se utiliza como base os materiais tanto “Os 3 Livros de Filosofia Oculta” de Agrippa como o “Picatrix” (Ghayat al-Hakim) e os textos astrológicos de Oswald Wirth, nenhum desses textos cita diretamente os atributos planetários dos decanatos, essa atribuição parece vir do entendimento de Mathers acerca deste assunto, e ele considerava esses elementos como fundamentais a ponto de os gravar sobre o Lamem da Rosa Cruz. Além disso, Mathers correlaciona no seu texto, esse entendimento ao saber do Adeptus Minor, o que, como veremos mais adiante é de suma importância na preservação do conhecimento da Ordem.


O Verso do Lamen
 
	O verso do Lamen da Rosa Cruz, parece encontrar sua fonte no documento chamado Geheime Figuren der Rosenkreuzer, aus dem 16ten und 17ten Jahrhundert (“Secret Symbols of the Rosicrucians”)26 de 1785, ou em outras edições disponíveis a que tiveram acesso, lembrando que A.E. Waite produziu uma edição em inglês no ano de 1893 da referida obra.
	A inspiração do verso do Lamen parece vir da imagem abaixo, embora não seja possível rastrear em detalhes como se deu o processo de incorporar a imagem à parte traseira do Lamen. Infelizmente, não chegaram até nós informações confiáveis ou detalhadas a respeito deste tema.
	A figura é chamada de “Mistério Magno – Estudo Universal”.
	Uma Águia Prateada (ou branca) de duas cabeças à esquerda, representa a Tintura Branca (Lunar), e do lado direito, uma Águia Dourada (Solar) representa a Tintura Rubra.
	Ao redor da Cruz, no sentido horário, começando pelo topo, vemos as palavras: Amor, Esperança, Paciência, Fé. E uma frase: “Esta é a Áurea Rosa Cruz, feita de ouro puro, que cada irmão usa sobre o Coração”. 
	No lado esquerdo um texto diz: “Ouve, filho meu, e recebe minhas palavras; Assim, os anos de tua vida serão muitos. Ensinei-te o caminho da sabedoria; Conduze-te pelas veredas da retidão. Quando andares, teus passos não necessitarão serem corrigidos; e quando correres, não tropeçarás. Agarra a instrução; não a soltes: guarda-a, pois ela é a tua vida. Prov. 4 v. 10”.
	No lado direito, outro texto: “A doutrina de Jesus Cristo ultrapassa a doutrina de todos os Santos, e os Irmãos que têm o Espírito de Deus, ali encontram o Maná secreto e a Pedra dos Filósofos. =Mercúrio, Enxofre, Sal. Sucede, porém, que muitos, ao ouvirem o Evangelho e as palavras dos Sábios, não sentem a menor inspiração. Portanto, não possuem o Espírito do Cristo. Mas todo aquele que entender as palavras do Cristo e medir a profundidade de Seus Sábios ensinamentos, deve conduzir toda a sua vida de modo tal que possa se tornar Semelhante a Cristo.
	Abaixo da imagem: “E a ti mostrarei coisas grandes e assombrosas. - Jerem. XXXIII”.
	Dentro da Cruz, é possível se ler 3 frases: 
Magister Iesus Christus Deus et Homo” – O Mestre Jesus Cristo, Deus e Homem;
Benedictus Dominus Deus Noster Qui Dedit Nobis SIGNUM” – Bendito seja o Senhor nosso Deus que nos deu o símbolo (SIGNUM - palavra com 6 letras, que faz referência aos 6 dias da Criação);
Frater Rosae et Aurae Crucis” – Irmão Rosa Cruz de Ouro.


O
utra variante da mesma imagem (origem desconhecida).27
O Lamen da Rosa Cruz e o objetivo da Iniciação: 
	Uma iniciação, como o próprio nome indica, marca o começo de uma nova vida. Nos meios tradicionais (pode-se incluir aqui a Maçonaria, o Rosacrucianismo, a Gnose, a Golden Dawn, a O.’.T.’.O.’., etc.) é um ritual onde há a dramatização de uma morte simbólica, conduzindo o Iniciando a uma “nova vida”. O processo marca também a aceitação do Candidato pelo grupo. 
	Dessa forma, podemos definir a iniciação como “um evento físico que tenta refletir um evento espiritual”. Ou ainda como “um evento físico que reflete uma ruptura espiritual”. O que é então um evento ou ruptura espiritual? É mais simples do que se pensa. Um evento ou ruptura espiritual é algum fato importante ocorrido na vida de uma determinada pessoa e que muda para sempre esse indivíduo. A partir do momento em que ocorre essa ruptura, ocorrem profundas mudanças que a partir daí moldarão um novo caráter no indivíduo. Para tanto, o processo deve atender alguns requisitos para ser legítimo:

	1º) Toda iniciação deve conter os símbolos inerentes ao grupo; 
	2º) Deve conter os conhecimentos básicos referentes ao grupo, de forma que, se o estudante se lembrar apenas dos rituais, esses devem conter a verdade central do grupo, de forma resumida ou integral. 
	3º) Os rituais devem oferecer uma visão estruturada do universo conforme este é percebido pelo grupo, ou ainda, deve oferecer um conjunto de leis naturais cuja obediência possa causar o que se chama “libertação”. 
	4º) Deve oferecer um conceito de vida e morte próprio do grupo, incluindo o post-mortem. 

	Vale lembrar que atualmente, muitos grupos começam na primeira iniciação falando da morte ou transição, para depois simplesmente ignorar o tema, como se fosse incômodo ou desnecessário tratar desse assunto. Incômodo porque no ocidente a relação com a morte ainda não é profundamente elaborada, exibindo somente seu rosto deformado. Há uma série de teorias sobre a vida após a morte no meio esotérico e ocultista nos dias de hoje, e a proposta de seguir um caminho mais 'universalista' leva a um sincretismo de credos muito perigoso que levaria um monge tibetano à loucura. Devemos ter em mente que, do ponto de vista tradicional, a reencarnação é apenas uma das muitas teorias da vida após a morte, mas não a mais proeminente, em termos gerais. A confusão de conceitos, sobretudo a partir do século XX, acaba por originar uma espécie de fissura nas obras escritas por esses místicos (não ouso chamá-los de 'ocultistas').

	A bem da verdade, a única cerimônia que merece ser chamada “Iniciação”, é aquela que marca a entrada do indivíduo no grupo. As consequentes são apenas “cerimônias de passagem de grau”. Chamá-las de iniciações é dar a elas um status que definitivamente elas não têm. Ou pior: é ignorar tudo que foi descrito acima. 
	Se um grupo ou vários não consegue(m) reproduzir esses quesitos, às vezes é importante se questionar se ao não cumprindo esses requisitos cabe a esses grupos o nome Mágicos, uma vez que muitos acabam por se corromper pelas propostas “New Age”. Para tanto, a seguir vou me aprofundar no conceito de ruptura dentro do processo profano e iniciático, a fim de esclarecer o termo e apresentar sua correlação com a iniciação.

Como podemos definir essas rupturas?
	Essas rupturas acontecem na maior parte dos casos naturalmente. Ao contrário do que se pensa, as iniciações acontecem na maior parte das vezes, na vida diária e não em um templo ou numa organização. As chamadas rupturas espirituais são características surgidas em nosso desenvolvimento pessoal. Somos influenciados em nossa vida pelo ambiente que nos rodeia. uma vez que é impossível dissociar o ambiente do indivíduo, pois nenhum homem é uma ilha. E mesmo que o fosse, seria influenciado por correntes distantes. Embora nem todas as mudanças possam ser identificadas ou quantificadas principalmente enquanto elas ocorrem, elas nos moldam, dando ao ser uma forma mais humana. São as cicatrizes de nossa existência, que com o passar dos anos são mais facilmente identificáveis. Um velho ditado diz: “Aquele que não tem nenhuma cicatriz não viveu”. Logo, as nossas cicatrizes espirituais são as marcas das nossas iniciações. Apenas vivendo plenamente se alcança o status de “Ser Mais que Humano” ou “Humanos de Uma Qualidade Superior”, um estado mais elevado do Ser.

Qual a natureza dessas rupturas?

Essas rupturas são marcadas por momentos de grande tensão na vida. Estudos apontam traumas ou adversidades que podem causar depressão, que pode ser entendida como uma ruptura no sentido proposto e entre esses eventos adversos podemos citar: a perda de um ente querido (cônjuge, parentes, amigos, etc.), o desemprego e a separação de um casal28.

Aqui já temos alguns pontos que poderiam ser definidos como “iniciações”, já que após sua ocorrência, o ser humano nunca mais volta ao estado anterior. No caso das mulheres, podemos ainda acrescentar como momentos verdadeiramente iniciáticos a perda da menarca e o nascimento de um filho. São momentos bem definidos fisicamente, já que a iniciação é marcada por um evento físico, e que depois deles, nada mais é como antes.

A iniciação é um caminho sem volta.
	O melhor exemplo para definir uma ruptura espiritual talvez seja o nascimento do primeiro filho. A mulher nunca mais será a mesma depois da gestação, mesmo que não lhe nasça o filho (aborto natural ou induzido). Para um casal, o nascimento ou adoção de um filho é o ponto de partida de um novo estágio no relacionamento. Um belo dia, embora esperado, surge um novo ser, que nunca mais irá embora (pelo menos por um bom tempo).
	Quase todas as religiões marcam a existência do ser humano em períodos que representam a evolução espiritual do ser. Nascimento, casamento, morte, são momentos espirituais que mudam a pessoa em antes e depois do evento. A Igreja Católica, por exemplo, nos diz que existem 7 momentos importantes na vida. São eles: batismo, crisma, eucaristia, confissão, ordenação, matrimônio e unção dos enfermos. O que é um sacramento segundo o catolicismo? Um sacramento é um sinal corpóreo instituído por Cristo para dar a graça divina. Isso guarda semelhança com a definição que demos mais acima da iniciação: “um evento físico que tenta refletir um evento espiritual”.

Compreendido o sentido da Iniciação, é possível entender depois dessa breve explicação acerca do Lamen da Rosa Cruz e dos símbolos objetivos ali representados, que o este expressa uma realidade subjetiva, e que ele coroa o processo iniciático da Primeira Ordem, ou Ordem Externa. Também é símbolo por excelência da Segunda Ordem, a Ordo Rosae Rubeae et Aureae Crucis29, atuando como uma Insígnia a ser portada pelo Adepto em todos os seus trabalhos mágicos, como uma lembrança da jornada que o conduziu até o momento em que adquire o direito de portar o Lamen, e também da Jornada futura a partir da Passagem pelo Véu.



O Drama Ritualístico

Num contexto amplo, ritos sagrados muitas vezes se assemelham a uma peça teatral, onde o aspirante não é apenas um espectador da peça apresentada, mas parte da trama central e em alguns casos é o personagem principal da peça, ou é o observador e testemunha dos eventos ali narrados.

Desta forma, em alguns rituais ele pode identificar-se com Osíris ou Dionísio, ou outra divindade enquanto participa do ritual, noutros, ele é testemunha de um evento como a descoberta da tumba de Christian Rosenkreutz.

É fundamental para o processo como um todo para que se atinja um certo grau de sucesso, que a equipe ritualística e seus oficiais no momento do ritual não sejam mais pessoas físicas comuns, mas receptáculos das divindades ou energias ali representadas, utilizando-se não apenas da representação e do ato de interpretar, mas mais de uma assunção de Forma Deus. Tudo isso é orquestrado pelo Hierofante do templo e sobre este recai a responsabilidade de atrair e conduzir a Luz Divina na Esfera de Sensação do Candidato, no templo e demais oficiais que atuam como assistentes, compartilhando também a própria luz que carregam em si.

Os Graus da Ordem

Dentro da proposta da Golden Dawn, cada grau da Ordem Externa, que consiste nos graus de Neófito 0=0 a Philosophus 4=7 moldarão o candidato.

O grau de Neófito 0=0 não é atribuído nenhuma Sefira na Árvore das Vidas estando abaixo de Malkut, mas contém em si toda a essência da ordem e as fórmulas mágicas essenciais da mesma e é um grau de provações e ordálias, pois este ritual, embasado no capítulo CXXV do Livro Egípcio dos Mortos, trata-se não apenas de representar a cena da pesagem da Alma, mas também da fragmentação da alma e suas partes constituintes, no processo alquímico Solve, ou seja: quebrar uma substância (isto é, o Candidato), até chegar a seus elementos mais básicos, envolvendo maceração, fermentação ou putrefação.

Há um plano de fundo a ser considerado no processo iniciático da Golden Dawn, que é o objetivo de atrair a Luz Divina, e a jornada de integração à mesma. Durante as sucessivas iniciações, nem sempre o aspirante consegue perceber em nível físico todas as manipulações energéticas que estão ocorrendo ao seu redor e em si mesmo. Mas isso acaba sendo irrelevante ao aspirante, pois este é semelhante à rocha que não tem consciência do diamante que contém em si, até ser devidamente lapidada. E note-se que como a rocha sofre muitas perdas, camada após camada pelas mãos de um agente externo, assim também o aspirante confia a outras mãos o processo de lapidar a si mesmo. Durante o ritual de 0=0 o Hierofante diz a esse respeito: “Eu sou aquele que se forma na obscuridade, a Luz que brilha na escuridão, ainda que a escuridão não a compreenda”.

O Grau de Zelator 1=10 é atribuído à Sefira Malkut e ao elemento Terra, representando o fato do aspirante possuir ainda uma natureza dispersa, ainda repleta de impurezas. Aqui é preciso reorganizar o elemento Terra, separando o ouro da ganga, trazendo solidez ao inspirante, e organizando seu mundo e a relação com o mesmo.

No processo proposto pela Golden Dawn, o ritual do Zelator “é o que se chama de a única e verdadeira iniciação – os demais sendo avanços que perpetuam o avanço iniciado no Grau 1 = 10”.30

É comum nesse grau a aceleração ou adiantamento de algum tipo de estresse e coisas que deveriam ocorrer no período de vários anos ocorrem de uma única vez, portanto, mudanças de trabalho, dificuldades financeiras, dificuldades em lidar com a vida cotidiana, precisam ser resolvidas aqui.

Note-se que Zelator, estando em Malkut, possui quatro subdivisões (conforme vimos ao analisar o Lamen da Rosa Cruz) e portanto, os graus seguintes, são uma espécie de desdobramento dos subelementos de Malkut.



O grau seguinte é o de Theoricus 2 = 9, correspondendo à Sefira de Yesod e a Lua, representando os aspectos etéreos do ar, que é o elemento mais acima de Malkut. Sendo lunar, e seu nome sendo traduzido como teórico, a natureza do grau fala do aprendizado como um atributo lunar, pois a Lua que não produz luz por si própria, mas reflete a luz solar, representa o processo de aprender e transmitir o conhecimento dado pelo Sol, mas semelhante ao que acontece com a lua física, absorve-se grande quantidade de Luz (conhecimento) mas aquilo que se transmite apenas uma fração do todo.

Aproveitando este momento em que salientamos o Ar como aspecto superior de Malkut no que se refere aos graus do selador 1=10, podemos fazer uma observação em relação ao Lamen, pois os graus da ordem externa de 1=10 a 4=7 encontram-se condensadas no braço inferior do mesmo.

Em Practicus o Grau 3=8, o aspirante de se dirige à Sefira Hod e a Mercúrio, e à Água elemental. É importante salientar que nesse ponto o aspirante sai do ponto de equilíbrio no Pilar do Meio, dirigindo-se ao Pilar da Severidade. O desafio parece estar alinhado com o fato de haver mais ênfase em um dos lados, ao invés de permanecer no Pilar do equilíbrio. Mas isso nos sua coerente com o que falamos anteriormente acerca dos decanatos, em que não há um desequilíbrio em Marte no último decanato de Peixes e no primeiro de Áries, mas a busca de um recurso de uma energia para auxiliar a transformação de um estado a outro, e aqui e no próximo grau pensamos que seja o mesmo caso, e não um desequilíbrio, mas buscar no extremo uma energia que naturalmente nos falta.

Neste grau também é apresentado ao Candidato ou Aspirante o diagrama do Jardim do Éden antes da queda, sugerindo aquilo que deve ser atingido. No grau seguinte será apresentado o Jardim Depois da Queda, e no 5 = 6 também estarão ambos representados na tumba de Christian Rosenkreutz. Em todos os casos exemplificando e nos dando a chave do hermetismo, nos recordando a tarefa essencial de retornarmos ao Pardes (falamos anteriormente sobre este tema) no processo de restaurar em Jardim do Éden.

Há uma informação importante fornecida pelo casal Cícero: “…muitos dos discursos do grau 3=8 são dados simbolicamente pelos Kabiri31 da Samotrácia, mas na verdade são trechos retirados da tradução de W. Wynn Westcott dos oráculos caldeus, uma obra composta em época posterior aos mistérios da Samotrácia”32.

Há um aspecto importante a ser observado antes de passarmos para o próximo grau, pois todos os graus são manifestações dos quatro elementos em Malkuth e, portanto, derivados do grau de Zelator. Em todos os rituais subsequentes a este, a jornada pelos caminhos da Árvore das Vidas começa durante os rituais a partir do ponto em que este caminho (a sephirah do grau) se conecta a Malkuth. Os demais caminhos que se conectam à sephirah são posteriormente explorados, seguindo a ordem das letras hebraicas, atribuídas a cada caminho, como pode ser visto na Árvore das Vidas acima.

O grau de Philosophus 4=7 corresponde a Sefira Netzach e ao planeta Vênus e ao elemento Fogo. Curiosamente, os caminhos (letras hebraicas/cartas do Tarot) que levam ao grau anterior 3=8, são duas cartas de fogo conduzindo uma Sefira de Água e aqui ocorre o oposto, de duas letras de água para uma Sefira de Fogo. Isso nos sugere a necessidade de equilíbrio entre os elementos das Sefiroth, uma vez que são opostos entre si na Árvore das Vidas e serão auxiliadas pelas forças atribuídas as letras hebraicas, uma vez que as letras são caminhos que levam algum lugar, ou seja, às Sefiroth.

É um grau que oferece grandes desafios ao Aspirante pois o equilíbrio entre Fogo e Água (Luz e Sombra) pode ser extremamente desagradável. Aqui, imagem do Jardim do Éden Depois da Queda nos alerta dos perigos do desequilíbrio nos pilares da Árvore das Vidas e da necessidade de lutar por esse equilíbrio (letra p Peh, Arcano XV – A Torre).

É o grau mais alto da ordem externa.

O segundo Grau ordem é composto apenas pelo Grau do Portal33, que não possui número e corresponde à passagem pelo Véu de Paroketh na Árvore das Vidas, e não à uma Sefira. Representa o elemento do Espírito, o equilibrador dos demais elementos anteriores. O Ritual reconduzirá o Aspirante ao Pilar do Meio, pois “somente o caminho do equilíbrio pode rasgar o véu do Santuário Interior”.

Os quatro graus anteriores referem-se aos subelementos de Malkut em Assiah. O grau do portal enfatiza Yesod de Yesod em Assiah, sendo considerado corte externo de Tiphareth.

Este Quinto Elemento é o poder diretor sobre os quatro elementos. Até obter esse grau, o aspirante ainda está sujeito à natureza no Ego ao invés de dirigido àquilo que é Sublime e Eterno e ao contato com a Divina Luz. Neste ritual só estarão presentes no templo dois oficiais na Ordem Externa: Hiereus e Hegemon34. Como esse grau ocupa uma posição entre a primeira e a segunda ordem, não faz parte de nenhuma delas.

Nesse ritual, o Templo é um Laboratório Alquímico e o tema é a transmutação do chumbo em Ouro, e revela mais que a Quinta Essência, mas trata do processo de transmutação em si. Por isso, ao redor dos braços do Lamen vemos as alternâncias dos três elementos alquímicos: Sal, Enxofre e Mercúrio, cujo significado tratamos em parte anterior desse ensaio. O Grau tem uma duração predeterminada de 9 meses referindo-se a gestação e associando esta ao Laboratório Alquímico de onde o aspirante nascerá como um verdadeiro iniciado.

	Durante este ritual, o Adepto Chefe carrega um bastão encimado por um Pentagrama, que representa ao mesmo tempo os 3 elementos Alquímicos do Sal, Enxofre e Mercúrio (corpo, alma e espírito), e o Segundo e Terceiro Adeptos, carregam bastões encimados por símbolos alquímicos do enxofre e do sal, respectivamente. Esses símbolos compõe o Lamen da Rosa Cruz.
		

Os Bastões utilizados pelos Adeptos na Cerimônia do Grau do Portal35.

O Grau que trataremos a seguir não é parte da Golden Dawn, ele corresponde ao Terceiro Grau ou Ordem Interna denominada como R.R. et A.C. e é composta pelos graus Adeptus Minor 5=6 e Adeptus Major 6=5 e a Adeptus Exemptus 7=4, admito membros apenas por meio de convite, e após exames específicos, entre eles terem completado a Ordem Externa.

O Ritual desse grau nos mostra a descoberta da Tumba do Irmão Christian Rosenkreutz, conforme narrada no Fama Fraternitatis de 1614. Esse ritual é talvez o mais impactante produzido por MacGregor Mathers em 1892, e em sua execução ele não apenas revive o movimento da descoberta da Tumba, mas durante as três partes que compõem o ritual ele resgata a essência dos 2 Graus anteriores (de 0=0 até 4=7 somado ao Grau do Portal), reforçando a importância dos graus anteriores e seu simbolismo, naquilo que representam a jornada que o trouxe até o momento presente também como forma a base daquilo que o espera no futuro. A idade simbólica é fixada em 120 anos, pois além de fazer um paralelo com o período de fechamento da Tumba do Irmão Christian Rosenkreutz, também se relaciona com os tempos dos graus precedentes e este mesmo número.

Diversas declarações são feitas durante o ritual, relativas às cores, letras hebraicas, elementos alquímicos, e astrológicos que estão presentes no Lamen que também estão presentes durante o ritual como se durante este o mesmo fosse imbuído ou consagrado por todas as energias colocadas em ação durante o mesmo.

Deitado no Pastos36, o Adepto Chefe tem o Lamen da Rosa Cruz sobre o peito, e em algum momento eventualmente o aspirante será alertado que deverá portá-lo em todas as atividades ritualísticas que operar.

Daí por diante, após confeccionar seu próprio Lamen, cada vez que o Adepto contemplar esta insígnia sobre seu peito, ela deve recordá-lo de cada instrução, de cada ritual, pelo caminho realizado enquanto estava galgando os graus da Ordem, e não apenas como algo que representa, mas algo que é.

O Lamen da Rosa Cruz torna-se assim, não apenas um Lamen no sentido estrito do termo, mas como uma chave viva, síntese da Ordem e da vida do Iniciado, oferecendo elementos para que ele recupere a essência de cada ensinamento, de cada Ritual a tal ponto, que não seria exagero afirmar que, se em algum momento todos os materiais relativos a ordem deixassem de existir mas restasse o Lamen da Rosa Cruz e aquele que pudesse interpretá-lo, a ordem poderia ser reconstituída.

Talvez esse seja o grande segredo por trás da longevidade popularidade do Lamen da Rosa Cruz mesmo entre aqueles que ignoram seus segredos: “ele é um símbolo vivo não de uma Ordem, mas do conhecimento da jornada de cada iniciado que jurou sobre ele e o levou presente a cada ritual realizado, pois ele carrega em si os ensinamentos e a essência de cada iniciado sob sua proteção e Vigilância desde sua criação”.

In LVX

Frater Goya

Ank Usa Semb

Campo Mourão, 26 de março de 2022. 23:09
In a6º24’ q et s 0º50’ [ Dies Saturni

1O Lamen pode ser entendido como uma placa, ou peitoral, ou símbolo que é utilizado pelo magista sobre o peito, pendurado em uma corrente ou gargantilha, similar às placas utilizadas pelos sacerdotes judeus ou ao pentáculo da Goetia, mas neste caso em específico é uma espécie de talismã composto por vários símbolos que somados, representam à Grande Obra a ser realizada pelo magista, devendo portanto, conter os símbolos que representam a totalidade da realização da Grande Obra, do início até o final, servindo como apoio e lembrança daquilo que deve ser realizado pelo Adepto.

2Manual Rosacruz, 1988, Grande Loja do Brasil, AMORC, pp.:128-131. Citamos apenas alguns trechos do texto completo, à guisa de ilustração sobre o entendimento geral do Lamen, e os destaques também foram nossa adição para que ficasse mais evidente ao leitor desse breve ensaio.

3Até o momento da criação deste ensaio, só havíamos tomado conhecido de uma versão digital de Ellic Howe, mas depois soubemos também de uma outra obra: The Complete Golden Dawn Manuscript. Deciphered, Translated and Preface by Darcy Kuntz. Infelizmente não conseguimos um exemplar que pudesse nos auxiliar na pesquisa.

4Data em que Westcott adquiriu os manuscritos através do Rev. AFA Woodford, que era colega do notável estudioso maçônico Kenneth RH Mackenzie. Os papéis foram passados a Westcott após a morte de Mackenzie em 1886.

5Uma vez que o manuscrito contém uma referência ao antigo Livro Egípcio dos Mortos, que não foi compreendido pelos estudiosos antes da decifração da pedra de Roseta em 1822, e tampouco publicado em tradução até 1842.

6Utilizamos aqui a forma na primeira pessoa do singular, pois são leituras e práticas individuais realizadas ao longo de décadas de estudo, e torná-las impessoais, seria tira-lhes o profundo significado que essas experiências tiveram para o autor.

7Ou acróstico, que se utiliza das letras iniciais ou finais de uma sentença para derivar uma outra que lhe amplie o significado ou exponha um significado oculto.

9Wang, Robert, The Secret Temple, pp. 26-27, Samuel Weiser Inc., 1980.

10A respeito dos números 3, 10 e 12, podemos fazer algumas associações: 3 elementos da Alquimia: Sal, =Mercúrio, Enxofre e também as 3 letras mães do alfabeto hebraico: a Aleph, m Mem, ╖c Shin. Sobre o 10, estamos aqui falando claramente da Árvore das Vidas (Etz Chaim myyj {x em hebraico) da Qabalah e as 10 Sefiroth, e os 12 lóbulos, além de representar 3×4 (os 3 elementos da alquimia x 4 permutações nos braços da Cruz) é uma alusão direta aos 12 signos zodiacais e sua associação com as 12 letras simples do alfabeto hebraico.

11Hipótese defendida pelo autor, sem fonte oficial no material interno ou divulgado externamente à ordem.

12Se você dividir a distância que vai do alto da cabeça até o chão, depois dividir o resultado pela distância do umbigo até o chão, vai obter 1,618, ou PHI.

13Chevalier, Jean e Gheerbrant, Alain, Dicionário de Símbolos, José Olympio Editora, 13ª Edição, 1999, Rio de Janeiro, Brasil, pág. 40.

14A palavra é derivada do verbo hebraico }kc, ShKhN. Permanecer. Shekhinah significa literalmente, permanência, assentamento, moradia, habitação.

15Bension, Ariel, O Zohar – O Livro do Esplendor, Polar Editorial, 2006, São Paulo, pp. 99 e 112 respectivamente.

16 O Sal é o corpo, a essência das coisas, torna concreto aquilo que é abstrato. Os outros dois elementos, =Mercúrio e Enxofre são as principais matérias-primas da alquimia. O enxofre é o princípio fixo, ativo, masculino, que representa as propriedades de combustão e corrosão dos metais, é a Consciência da matéria. O mercúrio é o princípio volátil, passivo, feminino, inerte, o Espírito das coisas.

17O sistema de Graus foi uma adição da Stella Matutina, onde a Ordem Externa englobava o Primeiro Grau, Portal o Segundo, e a Ordem Interna o Terceiro. Essa abordagem não foi usada pelo Golden Dawn original ou pela Alpha et Omega (onde o Portal não era um Grau separado, mas essencialmente a primeira parte do Grau 5=6, com a faixa 5=6 dada então, etc.). — (N.E.) Frater Yechidah

18Pabulum – um alimento, uma substância.

19A título de interesse, o termo “Maior” para este Ritual parece vir de Crowley. A frase original – e única – usada nos documentos GD, AO e SM é “Supreme Ritual of the Pentagram” (= Ritual Supremo do Pentagrama). Da mesma forma para o Ritual do Hexagrama. — (N.E.) Frater Yechidah.

20Mark Stavish possui um texto bem esclarecedor sobre o Ritual Menor do Pentagrama, que pode servir de ponto de partida para compreender melhor o Ritual Maior do Pentagrama, o nome é Lesser Ritual of the Pentagram, e pode ser encontrado em https://hermetic.com/stavish/rituals/add-notes-lbrp . Além das notas adicionais do Pentagrama, Stavish também possui um sobre o Ritual Menor do Hexagrama, também de grande valia para começar uma pesquisa sobre o mesmo. Notes on the Lesser Ritual of the Hexagram, encontrado em https://hermetic.com/stavish/rituals/hex-notes .

21 Esses seriam os hieróglifos a partir da frase latina, mas não encontramos nenhuma fonte confiável o suficiente para certificar o mesmo, optando pela versão conforme encontrada em Budge, E.A. Wallis, A Hieroglyhic Vocabulary to the Book of the Dead, que talvez seja a fonte mais próxima cronologicamente, de onde Mathers pode ter retirado seu texto, embora isso seja um palpite, não uma certeza 100% correta.

22 Conforme sugere Nick Farrel em https://www.nickfarrell.it/the-golden-dawns-lvx-formula/ , em 28/mar/2022 23:14.

23No judaísmo clássico, quando se exibe Kether na representação da Árvore, Daat é omitida, e o inverso ocorre quando Daat é representada.

24Regardie, Israel, The Complete Golden Dawn System of Magic, Vol. IX, pág. 60 e 63, Falcon Press, 2003.

25Wang, Robert, Qabalistic Tarot: a Textbook of Mystical Philosophy, Sam Weiser, 1987.

26 Secret Symbols of the Rosacrucians of the XVI and XVII Centuries, Occult Publishing Co., Boston, 1888, placa # 1, página 16. No Brasil, a mesma obra foi publicada como Símbolos Secretos dos Rosacruzes dos Séculos XVI e XVII, em 1978, pela Editora Renes, sob supervisão da AMORC, baseado nas edições de Altona 1785 (Livro Primeiro) e Altona, 1788 (Livro Segundo).

29Ordem da Rosa Cruz Rubra e da Cruz de Ouro.

30Cicero, Chic e Sandra Tabatha, The Essential Golden Dawn, Llewellyn Publications, 2003.

31Na mitologia grega, (em grego antigo: Κάβειροι, Kábeiroi), eram um grupo de divindades ctônicas enigmáticas, adorados em um culto de mistério intimamente associado ao de Hefesto, centrado nas ilhas do norte do mar Egeu de Lemnos e possivelmente Samotrácia – no Complexo do templo de Samotrácia — e em Tebas.

32Cicero, Chic e Sandra Tabatha, The Essential Golden Dawn, Llewellyn Publications, 2003.

33Como um ponto de interesse, o Portal não era um grau separado na Golden Dawn original, ou na Alpha et Omega posterior, e não tinha sua própria faixa (a faixa completa de 5=6 foi dada então e não como parte do Ritual 5=6 em si) nem seu próprio currículo. Mais tarde, a Stella Matutina revisou fortemente a Cerimônia do Portal e deu-lhe seu próprio grau, grau, faixa e currículo. — (N.E.) Frater Yechidah

34Esses oficiais da Ordem Exterior, e os três Adeptos, estão presentes apenas na versão Stella Matutina do Ritual do Portal. A versão original da Golden Dawn e da Alpha et Omega empregavam apenas dois oficiais, o Hierofante Indutor (o Hierofante sendo o cargo mais alto da Ordem Externa) e o Adepto Associado (ou Terceiro Adepto, o cargo mais baixo da Ordem Interna), possivelmente alcançando uma mistura similar de Interno e Externo. — (N.E.) Frater Yechidah.

35Ver nota anterior (34).

36Sarcófago.

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