Carta aos Companheiros de Jornada

Prezados Companheiros de Jornada:

Dito por Frater Goya, maat-kheru, un-nefer.

Considerações Pertinentes ao Companheiro de Jornada –
Quando as pessoas se candidatam Companheiro de Jornada, há uma concordância em cumprir as regras determinadas pelo Supremo Conselho do CIH. Para compreender melhor, precisamos entender o que é um Companheiro de Jornada e o sentido deste:

Breve Histórico –
A partir de certo momento da história do CIH, quando o grupo cresceu junto ao nosso público, surgiu a necessidade de preparar melhor àqueles que procuravam o grupo com o objetivo de serem iniciados na Ordem. Diante disso, resolvemos oferecer aos aspirantes um material parcial do que seria encontrado no grau de neófito.

Esse procedimento é descrito na página do CIH em “Fazer parte do CIH” – https://cih.org.br/?page_id=364

O que é ser um Companheiro de Jornada
Um Companheiro de Jornada é aquela pessoa que dá os primeiros passos no Caminho de iniciar-se junto ao CIH. Muitos nem mesmo chegam a se iniciar, pois percebem que o seu caminho pessoal não é um caminho devocional, como pressupõe a iniciação no CIH.

Companheiro de Jornada, no entender do CIH, é aquela pessoa que viu a página da Ordem, ou participou de algum curso com seus instrutores, ou vídeos na internet, ou ainda teve contato com algum membro e que gostaria de saber mais, de experimentar algo da ordem para ter certeza se realmente gostaria de fazer parte deste grupo.

Desta forma, aquele visitante poderá obter algumas das práticas do grupo, conhecer mais profundamente o material oferecido, e também buscar um nivelamento através da bibliografia indicada na apostila de Companheiro de Jornada (doravante, apenas CDJ). É muito comum que as pessoas fiquem maravilhadas e cheias de expectativas em relação ao grupo, devido ao amplo material encontrado na internet. No entanto, é mais comum ainda que ao serem iniciados, essas pessoas percam o interesse argumentando: “não era isso que eu pensava que seria… Eu imaginava algo diferente, estou chocado(a), quero sair.”

Então, o CDJ oferece uma oportunidade de contato, mesmo à distância, com as práticas do grupo e de seus posicionamentos em relação à via da Magia como desenvolvimento espiritual. – CODEX 14 – Guia do Tutor do CIH.

O CAMINHO DA ESPADA FLAMEJANTE E O CAMINHO DA SERPENTE
(Ver apostila de introdução à cabala no site do CIH https://cih.org.br/?wpfb_dl=18)
“O Caminho da Iniciação segue as espirais da Serpente da Sabedoria na Árvore; mas o Caminho da Iluminação segue o Caminho da Flecha (ou espada) lançada pelo Arco da Promessa, Qesheth, o arco-íris de cores astrais que se estende como um halo por trás de Yesod. Esse é o caminho do Místico, que se distingue daquele do ocultista; é rápido e direto, e livre do perigo da tentação da força desequilibrada que se encontra nos outros pilares, mas não confere nenhum poder mágico, salvo os do sacrifício em Tiphareth e os do psiquismo em Yesod”. – Dion Fortune, A Cabala Mística.

Em outras palavras: o Caminho da Espada Flamejante, é o caminho do místico, daquele que busca experiência mística, sem grandes pretensões, que poderia passar a vida fazendo cursos no final de semana, obter alguns resultados práticos, porém sem grande profundidade ou revelações no final da sua jornada pessoal.

O Caminho da Serpente da Sabedoria, é o caminho do sacerdócio. Ele exige a iniciação, e o seu compromisso é um compromisso de vida. Nesse caso, há muita dedicação, sofrimento, abnegação. Além disso, o caminho da Serpente, exigirá que o Iniciado responda a seu tutor e cumpra com sua função conforme orientado.

A este respeito, convém explicar que o CIH não é uma democracia. É uma autocracia. Ou seja, a partir do momento em que se busca filiação ao CIH, é preciso entender que:

1) Se você é um estudante, você não chegou no final da sua jornada, e portanto, desconhece o caminho à frente;

2) Se você acredita saber o caminho à frente, então seu lugar não é o CIH, siga sua jornada sozinho e nos deixe em paz;

3) Se nós temos um mapa e orientações sobre o caminho a ser trilhado, siga o caminho. Como já dito nos CODEX 06, o CIH não é o caminho, o CIH não é o final, e tampouco a jornada. O CIH oferece placas que orientam a sua jornada. Se você não segue as placas, talvez você chegue no destino, mas levará mais tempo e é por sua conta e risco. Se este é o seu caso, siga sua jornada sozinho e nos deixe em paz;

4) Se você pensa: “Ah, sou Thelemita, ‘Faze o que tu queres…’, eu tenho liberdade de fazer o que eu bem quiser…”. Dentro do CIH, não. Respeitamos a individualidade, deveres civis, morais, religiosos, etc. Mas naquilo que diz respeito à sua prática mágica e seu desenvolvimento espiritual, ou faz aquilo que é orientado, ou se preferir acreditar-se Thelemita (mesmo sendo uma autoilusão sua), siga sua jornada sozinho e nos deixe em paz;

5) Em suma: Se deseja ser orientado pelo CIH, siga as regras, respeite seu tutor, cumpra com aquilo que se comprometeu. Fazendo isso, garantimos que você terá o aprendizado ofertado pela Ordem. O CIH possui uma hierarquia rígida que deve ser mantida e respeitada. Qualquer coisa diferente desse compromisso, siga sua jornada sozinho e nos deixe em paz.

6) Ao receber o material de Companheiro de Jornada, você está meramente pretendendo fazer parte do CIH. Você ainda não é um Iniciado, Adepto ou Magista. Você não deverá iniciar a confecção das Armas Mágicas (inclusive por não possuir poder pessoal suficiente pra fazer isso a contento <ah, tem? Então… siga sua jornada sozinho e nos deixe em paz.>)

7) Em alguns locais, há grupos de pessoas que se juntam com o objetivo de estudar e praticar o material de Companheiro de Jornada. Há grupos que existem há bastante tempo, e alguns deles oferecem cursos pelo CIH, e possuem vários membros. Normalmente, esses grupos acabam sendo coordenados por uma ou mais pessoas, que se reportam ao Supremo Conselho do CIH. Nesses casos, essas pessoas possuem aval do Supremo Conselho do CIH. Elas auxiliam não apenas na organização desses grupos, mas também auxiliam a orientar o estudo de CDJ, e também nos apontam que está maduro suficiente para ser avaliado ou não. Um aval dessas pessoas, poderá ajudar na avaliação final. Inclusive, caso ele indique alguém que não esteja apto para a avaliação, ele será prejudicado na sua própria avaliação.

8) O CIH não possui valor agregado à Iniciação. Ninguém recebe e nem está autorizado a cobrar qualquer taxa em nome do CIH para passar informações em nome da Ordem. Os únicos valores previstos, são custos de material pelo material em si. Mas isso segue os valores de mercado por cotação. Portanto, ninguém recebe nada por ser do CIH ou orientar alguém dentro do CIH. Tudo isso é realizado por dedicação à Ordem. Por isso mesmo, nós podemos nos dar o direito de aceitar o não qualquer pessoa, pois valores materiais não nos interessam ou nos dizem respeito. A nossa instrução é de fé, não de comerciantes espirituais. Há grupos que cobram, mas isso é problema deles, não nosso. Nossa dedicação é com o compromisso de ensinar um caminho espiritual. Isso na prática quer dizer, que não nos interessa ter mil membros, mas 5 que valham à pena serem chamados de irmão. Se você não se identifica com isso, siga sua jornada sozinho e nos deixe em paz. Não nos faça perder tempo. (este item diz respeito ao Corpo de Iniciados no CIH, não aos cursos abertos ofertados pela Escola Menfis e seus parceiros).

9) Os cursos abertos ao público em geral dizem respeito à Escola Menfis e seus custos envolvem os instrutores e custos agregados ao curso em si. Eles não são parte da instrução interna do CIH, e por isso são cobrados, pois envolvem uma logística que exige maiores cuidados. No entanto, cabe informar que participar dos Cursos não faz do participante um iniciado ou membro do CIH.

Como é feita a avaliação de um CDJ? – Após o contato por e-mail solicitando a avaliação, a mesma feita pessoalmente ou via internet (se necessário) por membros do CIH.
O que será avaliado? – No momento da avaliação, o avaliador deverá pedir os seguintes itens:

1) Domínio sobre os rituais de CDJ: Ritual Menor do Pentagrama, Menor do Hexagrama, Palavra-Chave LVX, Pilar do Meio, Meditação no Ponto. O Avaliador decidirá na hora, qual ritual/rituais irá solicitar até se sentir satisfeito com o resultado oferecido.

2) Domínio do material teórico – CODEX, textos da apostila de CDJ, e da bibliografia indicada. Não buscamos pessoas que decorem material, mas pessoas que os entendam e possam colocar em prática aquilo que aprenderam.

3) Autonomia – o CDJ deverá durante o seu período de preparação, deverá se esforçar para encontrar respostas, melhorar sua prática, aumentar o seu conhecimento. A ideia central, é que ele consiga obter respostas por si, sem a necessidade de ficar a cada momento na sombra de um Tutor (que é um orientador, e não uma enciclopédia ambulante), o tempo inteiro questionando para as questões mínimas que podem ser obtidas com pesquisa.

4) Diário – o diário deverá seguir o padrão estabelecido pelo CODEX 06, e deverá conter apenas as práticas de CDJ, sendo vedado relatos da vida profana no estilo “Querido Diário, hoje fui…”. O Diário representa 60% do peso da avaliação. Se não for considerado suficiente pelo Avaliador, o CDJ será reprovado na avaliação, podendo solicitar uma nova apenas depois de seis meses.

5) Comportamento – Caso esteja vinculado a um grupo, o respeito, a fraternidade, a integração e o envolvimento com os demais membros também será avaliado, assim como a participação nas atividades abertas e seu aproveitamento nas mesmas.
Pensem muito a respeito disso. Avaliem até onde pretendem seguir. Caso não desejem seguir este caminho,sigam sua jornada sozinhos e nos deixem em paz.

Em L.L.L.L.,
Frater Goya
AUS

Campo Mourão, 28 de novembro de 2016. 17h19m
6°♐ : ☽ 29° ♏ : Ⅴⅰⅰ

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