Invocação a Harpócrates

por Israel Regardie:

“Hoor-po-krat-ist, Senhor do Silêncio. Hoor-po-kar-ist, Senhor do Lótus Sagrado. Ó Hoor-po-krat-ist! (parar um momento para contemplar a força invocada). A Ti, que te ergues vitorioso sobre as cabeças dos moradores infernais das águas das quais todas as coisas foram criadas, a Ti eu invoco, em nome de Eheieh e pelo poder de Agla.
Ó Criança Divina no Ovo Azul, Senhor da defesa e do silêncio, portador da Rosa e a Cruz da Vida e da Luz! A Ti invoco para minha exaltação à dita Luz.Olhai! Está escrito: Eu Sou um círculo em cujas mãos está o dodecágono reino de minha divindade. Eu sou o Alpha e o Omega, o primeiro e o último, porque minha vida é como o círculo do céu infinito. Eu mudo, mas a morte não me cerca. Vinde e ajuda-me, Ó pássaros divinos da Ressurreição, esperança da mortalidade humana. Partí, trabalhadores do mal, ante a Luz de Aeshoorist. Olhai!
Ele está em mim e eu nele. Meu é o Lótus e, como Harpócrates, surjo do firmamento das águas. Meu trono está preparado no alto. Minha luz é a de Rá no firmamento de Nu. Eu sou o centro e a urna, o silêncio e a luz eterna da Deidade. Sob meus pés enfurecem-se de torpe impotência. Porque eu sou Hoor-po-krat-ist, o Deus do Silêncio sobre o Trono do Lótus. Se eu disser, subiriam as montanhas, as águas celestiais fluiriam à minha palavra e os fogos celestiais vomitariam em fortes torrentes de lama. Porque eu sou Rá oculto, Khephra não manifesto no homem.
Encarno a meu pai Hoor, o poder do Deus vingador, e a minha mãe Ísis, a eterna sabedoria velada na beleza e o amor eternos.Por isso, eu te digo, leva-me a tua morada no Silêncio impronunciável,toda Sabedoria, toda luz, todo poder; Hoor-po-krat-ist, inominável filho da Eternidade. Leva-me a Ti para que possa ser defendido nesta obra da arte. Tu eras o centro e o Silêncio, a Luz oculta na Obscuridade é teu nome. O Fogo Celestial é seu pai. Tua mãe é o mar celestial. Tu eras o Ar da Vida, a harmonia de todo e o Senhor contra o rosto dos que habitam nas águas. Leva-me te peço, leva-me a tua morada de eterno silêncio para que desperte a glória de minha própria divindade, para que me torne invisível, para que todo espírito criado, toda alma de homem ou besta, todo aquele com vista e sentido e todo feitiço ou açoite de Deus não possa nem ver-me nem entender-me. E agora, em nome de Elohim, que haja restrição sobre o vazio. Yeheshuah, onde estão agora teus deuses? Pai meu, estas são as rodas de tua carroça. Levantai vossas cabeças, ó Portas! Abri-vos ó Portas Eternas, para que entre o Rei da Glória, do Silêncio e da Noite!
Formulo assim uma barreira fora de minha forma astral para que seja para mim muralha e fortaleza, uma defesa segura. E declaro agora que foi assim formulada como base e receptáculo para a Túnica de Obscuridade, o Ovo Azul no qual me introduzo nesse instante”.

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