Curando ao nível da neshamá
O terceiro nível de cura é através do poder dos Nomes sagrados, como aqueles inscritos dentro de um amuleto carregado junto ao corpo ou guardado em um outro lugar de destaque.
Curando ao nível da neshamá
O terceiro nível de cura é através do poder dos Nomes sagrados, como aqueles inscritos dentro de um amuleto carregado junto ao corpo ou guardado em um outro lugar de destaque.
Um Nome sagrado tem o poder de atrair o influxo Divino aos aspectos supra-racionais da alma, produzindo uma experiência celestial, Divina, que fortalece a alma e a abastece com poder suficiente para curar o corpo.
Especificamente, este método de cura está relacionado ao terceiro nível da alma – a neshamá – a capacidade da alma de perceber diretamente a presença de D’us no mundo e de sentir o Divino sopro de vida entrando em seu ser.
O nível da neshamá é inicialmente supra-consciente na psique do homem, pois seu estado inicial, inato, de consciência, é somente aquele de nefesh (físico, conscientização material) e ruach (conscientização espiritual).
O Nome sagrado contacta a neshamá e a leva a um estado de conscientização e experiência. A pessoa sente que D’us está sempre consigo – “D’us é tua sombra, a seu lado direito.” D’us está sempre lá para te proteger e curar todas tuas moléstias físicas e espirituais.
O curandeiro que faz uso dos Nomes sagrados deve ser um “especialista” em Cabalá. Deve conhecer a nuança exata e o poder de cada um dos Nomes sagrados, e quando escrever um amuleto, deve – em um estado de sincera humildade e abnegação, rezar a D’us para que este remédio seja eficaz e meditar sobre todas as intenções Divinas prescritas pela Cabalá a respeito do Nome específico (juntamente com o nome do paciente).
Aprendemos que Rabi Yisrael Báal Shem Tov inscrevia num amuleto escrito para curar um paciente somente seu próprio nome. Com isso ele afetava, ao nível da neshamá do paciente, a conscientização da presença da alma do verdadeiro tsadic com ele o tempo todo. O verdadeiro tsadic atrai à conscientização de todas as almas conectadas a ele a verdadeira percepção da absoluta unidade e bondade de D’us (para curar toda a carne).
Cura ao nível de Chaya (“ser vivo”)
O quarto nível de cura é aquele referido por nossos sábios: “Se a cabeça de alguém dói, ele deve mergulhar no estudo de Torá… se seu corpo inteiro dói, deve mergulhar no estudo de Torá.”
Similarmente, nossos sábios ensinam: “Aquele que mergulha na luz da Torá, a luz da Torá o anima.”
Para atrair vitalidade física da luz da Torá, a alma deve estar ligada à Torá, a palavra de D’us, na verdade. A luz da Torá é a luz transcendente de D’us, a luz infinita que “envolve todos os mundos.” A experiência da alma neste nível não é aquela da presença de D’us sendo algo a parte que a experiência da alma (irradiando Sua Divina luz à alma e ao corpo), mas sim aquela da alma vivenciando a si mesma como unificada dentro da presença de D’us. Isso ocorre porque “A Torá e D’us são um.”
Esta conscientização está ao nível de chaya, “o ser vivo,” a percepção da luz da Torá como “nossa vida e a duração de nossos dias.” O poder do vínculo reforçado da alma com a Torá é suficiente para atrair a força curativa ao corpo.
Este nível de cura é análogo à lei de que um corpo de água impuro (doente) instantaneamente torna-se purificado quando levado a “beijar” as águas de um micvê puro. Da mesma forma, quando a alma toca – “beija” – as puras águas da Torá, “mistura-se” com as águas vivas, recebendo assim força de vida suficiente para curar o corpo.
Apesar disso, na frase dos sábios acima – “se a cabeça de alguém dói…” o termo “dói” (em hebraico, chash) é usado (em vez de uma palavra mais forte para a doença física), sugerindo que a doença a que se refere aqui não é uma que afetou mortalmente um dos órgãos vitais internos, mas sim uma “dor” sozinha de um dos membros do corpo (ou todos eles – “se todo o corpo de alguém dói…”).
Aqui, dando prosseguimento à analogia das águas puras do micvê, a luz da Torá cega os olhos das “cascas” (kelipot) impuras responsáveis pela doença. A influência negativa das ” cascas” desaparece e o corpo se recupera. Entretanto, quando os membros vitais, internos, do corpo foram mortalmente afetados, o “beijo” da luz da Torá não é suficiente para curá-los miraculosamente (i.e., retorná-los a seu previamente completo estado de ser).
O quarto nível da alma, chaya, está identificado na Cabalá com a origem da Divina sabedoria da Torá. Isso é mais elevado que a capacidade da alma de perceber a presença de D’us no mundo e sentir Seu sopro de vida entrando em seu ser, o nível da neshamá, energizado pelos Nomes sagrados, conforme descrito acima. Sobre este nível diz-se que: “a sabedoria [da Torá] dá vida a quem a possui.”
Na Cabalá, aprendemos que a chaya da alma reside no “ar fluido” acima do cérebro, sob o crânio. Em nosso serviço Divino, isso corresponde a um verdadeiro estado de abnegação – como aquele que se sente ao imergir nas águas puras do micvê – imbuído com um senso de infinita serenidade.
Notaremos que a partir deste nível, o curandeiro e o paciente tornam-se um; neste caso, pelo serviço espiritual da alma indisposta, a pessoa consegue curar a si própria.