Pergaminho Voador No. XXXIII – Visões dos quadrados sobre as tabelas Enochianas

Pergaminho Voador No. XXXIII


Visões dos quadrados sobre as tabelas Enochianas

Uma visão do Quadrado do Ângulo Menor do Ar da Tabela da Água

 

Depois de vibrar os nomes do ângulo do Ar da Água e lendo a Chamada, me parece estar no Ar, ascendendo numa corrente de finas gotas de água que saem de todas as direções, e onde cada cor do arco-íris é diminuto e luminoso. Busco a causa e vejo sob uma tremenda queda d’água que se precipita à profundidade, e a atmosfera em que me encontro é a brisa produzida pela cascata. Chamei a Ahephi para que se mostrasse com a forma de Deus, como antes mas parado sobre uma pirâmide composta pelos Elementos vivos. Os lados da Água do Quadrado, era duas ondas azul-esverdeadas, subindo e baixando em um movimento contínuo, e teve a ideia de um cansaço extremo. Fiz os sinais de 5° = 6° para provar-lhe e pedi que me mostrasse a Esfinge. Esta apareceu num verde-amarelado atrás de Ahephi, agachando-se, com seus braços humanos extendendo-se à frente. Uma coroa de prata com safiras adornava sua cabeça de Leão. Saudei-lhe com os sinais que foram retornados. Perguntei-lhe pela força do Quadrado, mas não compreendi com clareza. Parecia mover-se com dificuldade, trabalhando imperceptivelmente com a purificação e limpeza que emanava dela.

Os elementais que eu tinha eram como os do Quadrado “n”, mas menores e em cores do arco-íris, movendo-se rapidamente. Levavam copas em suas mãos, como Lótus que capturavam algumas gotas que o ar da brisa que os levava. Seu trabalho sobre a Terra parecia o de limpar o magnetismo. Não pude ter nenhum grande esclarecimento, apesar de tentar por bastante tempo.

VIGILATE

Uma visão do Quadro “X” em Ângulo Menor da Água da Tabela de Fogo.

Elevei-me pela pirâmide com a Luz Branca, que fluía para baixo da cúspide, e veio ao céu, onde as mesmas cores se repetiam como no amanhecer. A colossal pirâmide com Amesheth sobre ela, uma figura mumificada em branco, as laterais eram em cor semelhante à pirâmide, e o rosto de aparência humana era azul, o mesmo azul que vi nas pinturas egípcias; fiz os sinais e pronunciei os nomes pedindo que me permitisse ver ao Anjo. Ela apareceu com uma lua crescente azul, seu cabelo castanho era muito abundante e comprido. Sua túnica tinha uma cor azul pálida e bordas negras, e levava um pentagrama vermelho sobre seu peito: suas asas eram azuis, tal como a copa da mão esquerda, e na mão direita carregava uma tocha vermelha. Ao redor dela havia um diamante de pontos vermelhos. Me disse que seu ofício era “ modificar através do sofrimento para espiritualizar a natureza material”. Disse-lhe que seu pálido rosto e seus olhos azuis tinham uma terna expressão de tristeza quando falava. Os inferiores (espíritos) eram menores, e todos tinham asas. Os elementais eram como tristes servidores, que emanavam chamas com suas túnicas de bordas negras. Alguns levavam elmos e capas com asas, peitorais e espadas vermelhos e caneleiras negras. Foi dito que só pelo conheceimento de Amesheth tudo isso foi mostrado a mim.

Então vi a Esfinge. Sua cabeça era de águia azul, tinha asas em suas costas, a cauda e as patas traseiras eram negras como as de um touro, e as dianteiras e o peito como as de um leão vermelho. A criatura se postou em um pedestal de mármore negro. Lhe saudei e chamei pelos nomes para que informasse seu ofício e sua qualidade universal; disse: “ É uma mudança e desenvolvimento, aparentemente sem harmonia, mas que cresce estável depois dos primeiros esforços”.

Nos elementos (tempo metereológico), as inundações e raios refrescam a Terra. Os elementais e anjos foram descritos acima. Os efeitos gerais do Quadro sobre a Terra, é a parte dos esforços desequilibrados do universo natural até a perfeição, esforços que se dirigem totalmente ao espírito, e que são todos necessários. Quando são tomados todos juntos, se equilibram. Na Tabela há um número igual de triângulos para cada elemento.

Sobre este Mundo os efeitos são os que fluem da água, mesclando-se com os vulcões submarinos perturbando a terra sob o mar. A vida animal é representada por peixes que descansam entre pedras nos climas cálidos. Eu parecia vê-los, azuis com pintas pretas ou vermelhas. As plantas são nenúfares, uma raiz negra na lama, com folhas pairando sobre a água, amantes do Sol. Com respeito aos minerais, vi uma grande opala azulada com iridescências vermelhas, descansando sobre uma base de mármore negro, irradiando uma amorosa luz por todos os lados.

O efeito do Quadro no homem é a falta de descanso, como as ondas do mar, levando-lhe com entusiasmo para cumprir o seu trabalho. Me pareceu ver uma pessoa nervosa de rosto pálido, olhos escuros e profundos, e pequenas mãos brancas, fazendo um grande esforço, desejando passar através do fogo para alcançar sua meta, um pedestal negro e sólido, do que reconheci, poderia elevar-se nas alturas. Mas as nuvens ardentes de vapor e uma grande quantidade de água tratava de faze-lo retroceder para o fogo. A lição me pareceu uma crítica severa, as dificuldades sociais e hereditárias devem ser vencidas antes de alcançar à purificação do fogo da iniciação e que depois disso, se forma uma sólida base do conhecimento espiritual.

F.E.R. (ou seja, Miss Horniman)

Uma visão do Quadro “n” do Ângulo Menor do Ar da Tabela do Fogo

Formei uma pirâmide sobre mim. Quando passei, pela pirâmide do plano e vi imediatamente que uma face amarela se dirigia até mim, e uma luz branca e brilhante no topo. Me aproximei e vi a Ahephi no centro do brilho, ele mesmo branco e luminoso. Ao chamá-lo, virou a cabeça e respondeu com o sinal 5° = 6° inclinando-os. Disse que queria uma entrevista com a Esfinge da pirâmide, consentiu e fez que descendesse até ali.

A vi facilmente e de uma única vez, mas suas cores não eram brilhantes. Lhe pedia que me explicasse as forças que lhe eram correspondentes, iniciando pela força universal que ele representava. Respondeu com expressões, pois eu estava surdo às palavras: “Representou às forças ativas entre as águas acima e as águas abaixo, o firmamento separando as águas e energizando pelo fogo. Duas forças ativas operando no meio de uma força polarizada e passiva. Não podes ver pessoalmente a aplicação universal desta correspondência; mas pode ve-la na natureza e no clima, onde o fogo e o ar mantém afastadas as águas acima e abaixo. Representados por uma atmosfera nebulosa com um mar abaixo, enquanto que o ar do meio é seco e se move continuamente: não há possibilidade de que chova por mais evaporação que haja. É um clima estável com altas nuvens circulares enchendo a atmosfera”. Disse depois: “Represento na Criação a separação das águas; a expressão da forma física fora de todo o astrl; e também o reverso, a restauração do físico ao astral. Sou portanto uma das forças através das quais o fogo pode atuar. Como figura de homem, tem um rosto redondo e umas partes menores e pernas, com atividade e força, mas talvez menos desajeitado, costas e braços, seu tipo de mente é muito boa, e será meditativa, e esta meditação será acompanhada de um raciocínio sutil e diligente., e um pensamento energético, esta guiará aqueles que desejem comparar o inferior com o superior. Porque a sorte da mente é encontrar por si mesma que “o que está acima é igual ao que está abaixo”. Esta é uma grande verdade da natureza. Porque ele dirige sua atenção de forma igual, tanto com o que está acima como com aquilo que está abaixo, por isso o filósofo combina a religião e a ciência em sublime união”.

Entre os animais não pude ver outro que não fosse o elefante, e da natureza mental do elefante, que é considerada meditativa desde o ponto de vista animal, por sua inteligência, força filosófica, constituição aquosa, e por seu sangue quente, me inclino a pensar que a atribuição é correta, ainda que tenha me parecido incongruente no início. E mais: o uso do Tau não alterou a visão.

Entre as frutas recebi a impressão da banana. Entre os minerais vi uma coluna de cristal laranja com terminações piramidais, creio que era hexagonal.

Perguntei-lhe (à Esfinge) para mostrar-me o anjo,e acompanhar-me par afora, para ver-lhe. Ela apareceu assim: face redonda, cabelo curto e eriçado, um halo brilhante e marrom, e uma pequena coroa de outro. Túnica indo do peito aos pés de cor azul, com um cinturão branco e dourado, com o nome em ouro, e uma cor branca no centro da túnica. As asas eram pequenas e de uma cor azul esbranquiçada. Em sua mão direita mantinha um pequeño bastão de madeira parecida com cedro, com a ponta cúbica e de ouro, e na mão esquerda uma forma peculiar com a base marrom-escura.

Então, da base da pirâmide, vi um pais rendido. Sobre a parte amarela e a certa distância se encontrava num mar, passando ao redor pela direita, se achava um ladrilho de maneira obscura, a terra se elevava gradualmente pelo lado oposto, o lado vermelho emergiu como um deserto arenoso, cujas dunas se elevavam até um banco de areia que tapava tudo que estava atrás dele; passando ao redor até o quarto lado, se encontrava um país plano. Haviam lagos e pântanos, e mais além um pequeño bosque. Os lagos e pântanos pareciam estar formados de sal e de água. Como se a pirâmide fosse o ponto onde as águas do mar se tocavam com a água doce, ainda que não se soubesse onde acabava uma e começava a outra, qual era a água salgada e qual a água doce. Não havia uma entrada para o mar nem uma saída ou rio da terra.

Anima Pura Sit (ou seja, o Dr. Pullen-Berry)

 

 

Uma visão do Quadrado “c” do Ângulo Menor da Terra da Tabela do Ar.

 

Tendo ensaiado a 8a. Chamada Angelical, e encerrando-me na pirâmide acima, vibrando os nomes, segui a meu raio e me instalei em uma atmosfera seca e quente; e portanto invoquei ao Deus Kabexnuf pelo poder de c.n.m.o., sobre cuja aparência utilizei todas as provas e soube que havia se fortalecido. A minha chamada se manifestou à Esfinge de seu poder, fazendo-se visível. Descansava sobre um cubo negro. Uma vez que fiz os sinais e realizei as provas, lhe perguntei pela informação do Quadro, quando repeti as invocações apareceu diante de mim o Anjo, uma poderosa figura viril de proporções requintadas e força. Me mostrou a ação no Macrocosmos, onde uma nuvem ia se solidificando em mundos pela atração das partículas. Então, sobre este planeta, descansamos na boca de um vulcão em erupção, nos cubriu a lava. Era intensamente quente, e mecanicamente formulei o desejo de envolver-me em Apas, mas uma voz externa disse: “Não deves faze-lo, se desejas aprender, deves suportar o mal-estar”. Os lados do vulcão começaram a cristalizar-se em gotas de fogo que eram ouro vivo; pedi outra cena e fui elevado a um plano superior onde havia um bosque luxurioso, plantas tropicais escarlates e laranja que balançavam com ondulações produzidas por uma brisa imperceptível. A terra onde cresciam eram de uma rica cor negra, mas era purificada pelos raios do Sol até converter-se em branca, porque e=foi dito que estiveram em um plano superior a nossas flores e desafiavam aos fortes raios pela virtude de seu próprio calor interno com o qual sustentavam sua vida. Este quadro mostrou-se semelhante a nossos trópicos, fomos aí, e vi uma cena formosa sorrindo no calor do Sol; prontamente, um vento fervente se levantou arrastando pedras e pó, devastando toda a paisagem. Aqui me foram mostrados muitos tigres, e flores, e lírios tigrados e lírios japoneses vermelhos em abundância. O elemental era um pássaro que pousava rapidamente na terra; sua influência sobre a natureza humana outorgava o desejo de uma sensação violenta.

Resurgam (ou seja, Dr. Berridge).

Uma visão do Quadrado “N” do Ângulo Menor do Ar da Tabela da Água.

O nome completo é nhdD e o Deus da Pirâmide é Ahephi.

“Depois de recitar a 4a. e a 10a. Chamadas Enochianas e invocando os Nomes Angélicos da Tabela da Água e do Ângulo do Ar, me sentia levado pelas suaves ondas de um Ar morno e úmido, através do qual podia ver um céu azul brilhante com nuvens de acinzentadas cruzando com velocidade. Voei pelo Ar até encontrar a mim mesmo numa imensa planície arenosa, com pouca vegetação à minha direita e um grande rio à esquerda com gramas e árvores nas margens. Proveniente do rio soprava uma brisa fresca por toda a planície, a qual parecia refrescar o verde após o calor do dia.

“Invoquei a Ahephi para que se mostrasse, e sua forma gradualmente encheu o lugar até a cena desaparecer por completo. Posto à prova com as letras, a forma se tornou imensamente grande. Pareceia que levava um Nemyss com faixas amarelas e azuis, vestimentas brancas, capas esbranquiçadas e amplas faixas azuis ao seu redor e era rodeado por uma luz amarelo esverdeada. Fiz os sinais de L.V.X. e pedi que me mostrasse a esfinge de seu poder. Esta apareceu gradualmente através da luz amarela detrás da forma Divina, coma cabeça humana, face muito branca e brilhante, asas, nemyss amarela e azul, garras de Águia extendidas para frente e patas traseiras e cauda de leão em posição reclinada. “Ao perguntar pela ação da força do Quadrado foi mostrada uma bolha de água na qual se soprava ar continuamente, até que explodisse desaparecendo, parecendo então que sua energia adotava outras formas e passava a estar sob a regência de algum outro quadrado. Dava a sensação de uma ação transitória, sendo a iniciadora de condições novas mas que são um fim em si mesmas. Perguntei quais eram os seus efeitos na terra, e fui levado na cena que havia deixado, vendo outra vez como a brisa úmida do rio deu nova vida à vegetação que durante o dia havia se tornado murcha. Perguntei por seu efeito no mundo animal e me mostrou um cervo junto a um lago. Uma corrente de força que passava acima dele parecia provocar o amanhecer da razão e os vislumbres da consciência, os primeiros impulsos conscientes de um animal. No homem parecia atuar sobre o cérebro, produzindo um vago movimento ondulatório que impedia o foco do pensamento e a delimitação das ideias, quer dizer, provocava a perda do poder da concentração.

“Pedi em seguida que pudesse ver os elementais do plano, e apareceram uma grande quantidade de figuras humanas de tamanho pequeno, de pele clara, com uma expressào de atividade no rosto, e de corpo largo em relação à cabeça. Tendo grandes asas de libélulas que eram irisdescentes e pareciam refletir a cor das coisas circundantes.

“Fiz os Sinais de 5=6 para a Esfinge e depois invoquei ao Anjo do Quadrado, Vi acima do Deus a figura que eu havia desenhado – as Asas de sua Coroa era azuis, a cor verde amarelada e os pés descalços”.

Uma Visão do Quadrado “1” do Ângulo Menor da Terra da Tabela do Ar.

Nome ISha. O Deus da Pirâmide é Anúbis.

“Esta atmosfera era úmida e fria. Eu estava no cume da montanha, envolto pelas nuvens, e lá, após ter ensaiado as Chamadas Angelicais e vibrado os nomes, contemplei a figura de Anúbis em tamanho colossal, o qual, após um lapso de tempo, me mostrou a esfinge de seu Poder. Esta, por sua vez, me mostrou o Anjo feminino poderoso que respondeu os meus sinais e, quando estava fazendo o de Theoricus, vi que descendia um raio brilhante à palma aberta de cada uma de suas mãos. Quando pedi informação e orientação, ela me entregou um desses raios, que sustentei como uma corda de cristal cuja ponta superior estava no Eterno. O Anjo me conduziu através dos Éteres e, após uma certa distância, contemplei inumeráveis estrelas e mundos.

“Através de Sóis brilhantes passavam partículas que saíam pelo outro lado como nuvens enegrecidas. Depois apareceu uma mão poderosa que reuniu estas cinzas e as soldou entre si, formando uma massa imensa e sem vida. Em seguida, retornamos a nossa Terra, uma certa cena fria, toda de neve e enormes blocos de gelo. O frio era intenso, mas eu não o sentia. Havia ursos polares e focas e também muitas gaivotas. Em alguns momentos o gelo estava imóvel, mas em outros momentos era movido violentamente, batendo os blocos um contra o outro, fazendo um barulho ensurdecedor. Os habitantes do lugar eram pequenos e sem sangue, estando fundamentalmente envoltos em peles de urso polar.

“No Homem, a influência deste Quadrado o faz impetuoso na ausência de dificuldade mas instantaneamente desesperado frente a qualquer obstáculo, abandonando em seguida todo projeto. Seus elementais era criaturas sérias como pássaros com faces semi-humanas. Seus seres espirituais são belos e diáfanos Anjos de cor marrom clara com faces sérias mas doces. Todos estavam muito ocupados quando os vi. Alguns tinham a mão direita prateada e mercuriosa a direita, mesclando em um certo recipiente dourado, do qual imediatamente brotada pálida chama de cor dourada que crescia mais e mais, extendendo-se por todos os Mundos. Outros levavam a frase “Solve et Coagula” bordada em seus cintos, e mesclavam a água e o princípio do frio que traziam em um par de balanças, sendo o resultado da união o céu da região em que nos encontrávamos. Me perguntava se tudo isso teria alguma contraparte na natureza humana, e nas possibilidades de desenvolvimento da mesma, quando apareceram, dois personagens. Um era um ancião que se esforçava penosamente por avançar e o outro um menino que ia alegremente andando aos saltos. Quando já estavam longe, apareceu entre eles uma figura radiante vestida de ouro levando diante de si o signo da Libra como uma esmeralda vivente. Compreendi então que somente na reconciliação das duas forças, a fixa e a volátil, se encontra o “caminho que leva ao equilíbrio”. Ao perguntar pelas plantas, me foram mostrados alguns cogumelos que me pareceram consoantes com este quadrado”.

Uma Visão do Quadrado “C” no Ângulo Menor da Água da Tabela do Ar.

Nome: CPao. Deus da Pirâmide: Hoorpokrati.

“Li as Chamadas 3a e 7a. Vibrei o nome Oro Ibah Aozpi, Bataivah, o nome do Anjo CPao.

O Deus Egípcio é Harpócrates.

“Encontrei a mim mesmo no ar em meio a redemoinhos de nuvens. Projetei-me para diante nos nomes anteriores. Vi o Anjo de tamanho colossal vestido de branco. Provei-o com uma Tau e com a Beth coladas sobre a forma, mas não houve mudança alguma, então retirei as letras. As nuvens pareciam flutuar ao redor do Anjo. Saudei com os Sinais LVX e pedi para ver o Deus Egípcio, o qual apareceu de tamanho igualmente colossal, com o Anjo como que flutuando sobre sua cabeça. Coloquei-lhe à prova como antes.

“Vibrei Hoorpokrati pela segunda vez, saudei novamente e pedi para ver a Esfinge. Tanto o Anjo como Harpocrates retornaram o sinal de saudação. Em seguida apareceu a Esfinge com cabeça de Águia, parte inferior humana, asas de Águia para um lado e braços humanos para o outro. Provei-a e a saudei como anteriormente. A Esfinge era de tamanho colossal.

“Em seguida vibrei todos os nomes uma e outra vez pedindo para saber o significado do Quadrado. Disse-me que esta era a região astral das tormentas e das nuvens de chuva acompanhadas pelo vento. Vi elementais em túnicas cinzentas ou de cor perolada flutuando nas nuvens brancas de algodão. (Nota: eu os percebi mais acizentados e menos definidos – D.D.C.F.). Entre nuvens escuras de tormenta vi também algumas formas vestidas de um cinza escuro e lúgubre que portavam raios, como nas imagens de Zeus; entra elas muitas tinham cabeça de Águia. Em um instante vi uma com a Coroa. Pedi-lhe que me ensinasse e, tomando-me pela mão, atravessando uma distância enorme além da Terra que se tornou invisível. Seguimos então no meio do mesmo ambiente até que vi o Sol dessa região, brilhando de forma abundante, mas as nuvens frequentemente cruzavam diante dele, enquanto que agora estavam debaixo de nós, ainda que apenas parcialmente. Disse-me que a natureza deste Quadrado era abastecer as forças do plano Astral que geravam vento, chuva, nuvens e tormentas no plano natural. Também me disse que estas tinham um lugar em todo o Universo, mas com um efeito diferente. Tão somente em nosso malvado planeta o efeito era às vezes desastroso, havendo sido perfertido de sua intenção original pela nossa esfera maligna. Mas em outros planos mais elevados, o efeito era sempre benéfico, limpando o que haja cumprido seu propósito e substituindo por influências novas. Dava a impressão de que a região atribuída a este Quadrado não tinha limites. Atravessamos uma distância enorme, mas seu fim nunca parecia estar próxima. Então, ele me trouxe de volta. Agradeci-lhe e saudei o Anjo, a Hoorpokrati e à Esfinge. Retornei para casa, vendo vagamente meu corpo natural antes de retornar a ele”.

Observações a respeito das Visões Enochianas nos Quadrados das Tabelas

 Por Frater Goya (Anderson Rosa)

Quando lemos as descrições dadas no presente pergaminho, fica bastante evidente a presença de um ideário mágico, de acordo com a tradição da Golden Dawn. Isto é, para aquelas pessoas envolvidas no processo de investigação dos quadrados enochianos, não bastava a experiência e seu relato. Como funciona isso?

A Hermetic Order of the Golden Dawn possuía uma mitologia própria, apesar de se apropriar de elementos da mitologia grega, judaico-cristã, e egípcia por exemplo. Embora as divindades fossem as mesmas da mitologia tradicional, esta mitologia era submetida ao entendimento da Golden Dawn e seus membros acerca dos mesmos.

Nos cursos que realizamos no Círculo Iniciático de Hermes (C:.I:.H:.), é nosso hábito tentar não influenciar nossos membros com as nossas interpretações das nossas percepções ou das percepções individuais. Desde pequenos, somos informados sobre o conceito de realidade do nosso mundo. Como ele se parece, como funciona, etc. A mesma coisa acontece em relação às nossas crenças religiosas ou espirituais. Se formos cristãos, e tivermos a visão espiritual de alguma energia, rapidamente vamos buscar identifica-la com a Virgem Maria, o Espírito Santo, Jesus, o Diabo, ou qualquer um dos Santos. Se formos criados dentro do espiritismo kardecista, veremos essa mesma manifestação como uma vida anterior, como um familiar falecido recentemente (ou não), ou mesmo como o espírito desencarnado de alguém famoso. Já se formos vinculados à ufologia, veremos extraterrestres ou seres intraterrenos. E um membro da Hermetic Order of The Golden Dawn, tinha nas suas percepções deuses egípcios, anjos da mitologia hebraica, e elementais segundo a ótica da teosofia, tudo isso dentro da mesma percepção de uma manifestação espiritual e funcionando de forma harmoniosa! Estariam todos errados?

É evidente que não! O que acontecia e ainda acontece, é que durante uma percepção espiritual de um determinado evento, temos a necessidade de interpretá-lo buscando compreender aquilo que estamos percebendo. E essa interpretação está sujeita ao nosso amadurecimento psicológico, e também está submetida àquilo que aprendemos durante nossa jornada espiritual. Ao invés de enxergar a energia de forma pura, precisamos vesti-la. Se Nostradamus durante suas visões, tivesse uma relativa a um metrô subterrâneo, ele não seria capaz de compreendê-lo, já que na época em que viveu ainda não haviam sido inventados os metrôs. Portanto, ele descreveria um metrô da seguinte forma: “E na minha visão fui capaz de ver um grande dragão coberto de escamas de metal brilhante, semelhantes à Glória de Deus, e que caminhava sobre e sob a terra, e de tempos em tempos engolia enormes quantidades de pessoas que se ofereciam em sacrifício a ele voluntariamente, para momentos depois serem expelidas pelo seu ventre metálico, provavelmente renovadas pelo contato com a imensa fera…”. Estaria Nostradamus errado? Não. Simplesmente, ele interpretou o que viu de acordo com aquilo que ele conhecia.

Da mesma forma, os membros da Golden Dawn, ao buscarem a experiência dos Quadrados das Tabelas Elementares, tinham a necessidade e a formação de interpretar essas experiências de acordo com regras bastante específicas, o que iria garantir ou validar a experiência como sendo verdadeira ou falsa. Por isso, a primeira coisa a fazer quando estavam diante de uma entidade espiritual, era utilizar os sinais do Grau 5=6 ou a utilização da Palavra Chave LVX, pois se a manifestação fosse de uma entidade que não fosse amigável ou coerente com o trabalho que estivesse sendo realizado, a mesma mudaria de forma, exibindo sua forma real, ou iria se desvanecer no éter espiritual.

Portanto, podemos deduzir diante deste pergaminho No. 33, que a GD tinha um esquema padrão de entendimento do universo ao nosso redor, que deveria ser interpretado de acordo com regras muito específicas (volto a dizer), e que tinham como principal objetivo, manter a sanidade do magista. Pois eram imagens não apenas simbólicas, mas arquetípicas, e que deveriam estar sob o controle do magista, e não controlando o mesmo. No caso em que essas energias fossem discordantes ou saíssem do controle do magista, teríamos o quadro conhecido como obsessão. Ter um conjunto padrão de símbolos como forma de interpretar o universo era ter um dispositivo de controle da sanidade.

Hoje, no Círculo Iniciático de Hermes (C:.I:.H:.) incentivamos os membros à prática da investigação dos Quadrados das Tabelas Elementares buscando uma leitura mais fundamental, baseada na percepção dentro do elemento proposto, para que ele possa interpretar de acordo com o seu inventário pessoal, e não de acordo com as regras propostas apenas. Mas como garantir esta mesma sanidade proposta pela GD? Bem, de fato, ninguém nunca garantiu ou afirmou que entre os membros da Golden Dawn não houvessem pessoas sugestionáveis ou de sanidade questionável. A questão é que não temos relatos específicos acerca do tema, mas pelo conhecimento da história da Ordem, podemos seguramente dizer que houveram casos onde a sanidade esteve comprometida em alguns momentos. Mas o controle atual que garante uma visão espiritual ao invés de uma alucinação doentia, é a coerência dos argumentos percebidos pelo magista na sua experiência e seu relato. Ou seja, se estou tendo uma experiência do Quadrado da Tabela Elementar da Água, ficaria incoerente estar num ambiente cheio de vulcões numa área rochosa sem água ou névoa de qualquer espécie, cercado por chamas. No entanto, se eu visse lagos com sereias, ou entidades elementares como a Mãe-D’Água das religiões afro, seriam pouco discordantes do elemento, mas ainda assim válidos se avaliados dentro do contexto. Ainda há muito a se pesquisar a respeito da natureza dos Quadrados das Tabelas Elementares, e permitir uma interpretação mais vasta do que o conjunto oferecido pela Golden Dawn, poderá certamente nos garantir maior acuidade nas nossas percepções deste vasto mundo espiritual representado pelos quadrados.

Frater Goya

LVX

In Templo Temenos – Curitiba/PR, Brasil

Círculo Iniciático de Hermes – www.cih.org.br

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